12.12.08

the happiness project.





O Happiness Project será lançado em Fevereiro, e para quem não está atento, dou um empurrãozinho e informo (ou lembro) que Charles Spearin integra os indisciplinados Broken Social Scene (aos quais eu basica e descaradamente presto vassalagem) e os progressivos Do Make Say Think.

11.12.08

crónica de uma manhã anunciada. II

"Voltei a ter de tirar uma senha. Uma velhota sentou-se ao meu lado a chagar-me. Às tantas disse-lhe que nunca tinha estado num centro de saúde na vida. Ela calou-se, porque deixámos de ter pontos em comum."
avenida vastulec

Lindo.

crónica de uma manhã anunciada.


Num dia assim... não há possivelmente nada que supere a vontade de ficar entre os lençóis, com os sentidos despertos. Aliás, há. Quando se ouve Dirty Three ao mesmo tempo, baixinho, em competição com o som da chuva contra o vidro.

9.12.08

working on progress.




como ficar enjoado em 5 segundos.

Há coisas complicadas aqui na Austria. As pessoas dominam tudo o que é programas de computador: Autocads, Archicads, Photoshops, 3dStudios, Mayas, Revits, Artlantis, Rhinos, SketchUps,... mas depois demonstram sérias incompatibilidades quando se trata de simplesmente manusear as próprias mãos.
Vou dar exemplos concretos. No fim de semana de 14 para 16 (quando estive na Bienal), ocorreu um Workshop na FAUP que curiosamente coincidiu com a semana de workshops na TUGraz, em todos os departamentos.

Estes são desenhos que um grupo "honroso" teve a generosidade de publicar:


Estes são desenhos que outro também grupo "honroso" teve o descaramento de publicar:


P.S Acho que não preciso de esclarecer qual deles é o quê.
(Agora, se me dão licensa, vou ali vomitar um bocadinho.)

para ti.



De cada vez que me vens falar... e introduzes aleatoriamente caracteres incompreensíveis com o pretexto de que a culpa é do teclado norueguês. Eu sei, minha querida, que isso é freudianamente só um "acto falhado".

5.12.08

sentido de oportunidade. fraquinho fraquinho.

"O Governo Austríaco está a atribuir bolsas de estudo destinadas a estudantes, licenciados e investigadores portugueses, para o ano lectivo 2009/2010.
Todos os requerimentos devem ser feitos via electrónica em www.scholarships.at
Para além das bolsas concedidas pelo Governo Áustriaco, no sítio www.grants.at (em alemão e inglês) estão disponíveis informações sobre bolsas de estudo concedidas por outras instituições."

in

frase da semana. do mês. do ano. para a vida.


"A grande vantagem das mentes cautelosas é que chegam sempre um bocadinho atrasadas a tudo; a grande desvantagem é que chegam sempre um bocadinho atrasadas a tudo."
agrafo

E é a primeira vez que alguém não me faz sentir mal com este meu estado crónico de atraso constante. Nem sequer concordo com o Oliver quando me diz que é uma questão cultural: "You (portuguese) understand the concept.. but you just can't feel bad about it in the way that you could change it."
(Mas se lhe dou algum crédito é porque o Oliver estudou em Portugal um ano. Não conjectura simplesmente estas teorias de modo arbitrário).

4.12.08

zauberflote.



Austríaco que se preze, tem de ir à Opera. (À séria! porque a última vez que me lembro foi em 2001, na Casa da Música. Alguém perspicaz irá observar que nesse momento a única coisa que existia daquele equipamento era o parque de estacionamento... mas eu prefiro omitir esse facto.) Como tal, esta será a minha estreia - "Mágica". :)
(sim, sim. "Flauta Mágica": não estou tão certa de a piada ser compreendida.)
Não morro de amores por Mozart, mas se é para levar isto de ser Austríaco a peito...

burning porto.


"Não é possível descrever Purificados de Warlikowski: há palavras que matam e imagens que não nos deixam dormir em paz."

Se a inveja também matasse....

como acabar uma noite.


Hoje num bar misturaram M.I.A com Linkin Park. Três minutos depois estava cá fora. Uma pessoa tem os seus princípios.

3.12.08

plitvice. croacia.



Esqueci-me de dizer que quando fomos à Croácia não nos ficamos só por Zagreb, porque o João tinha andado no dia anterior a pesquisar "Croacia" no Google Images, e implicou que tínhamos de ir a Plitvice. Os lagos (16 ao todo) vão-se desfazendo em cascatas em socalcos naturais de travertino (um bem mais bonito que o pavimento exterior da Casa da Música), e todo o parque tem uma extensão de 8km.
Se Bled tinha sido um os sítios mais bonitos em que já estive, Plitvice (não sei se pela área claramente superior, ou se pelo aspecto mais "agreste") está claramente noutro nível.

(Queria só dizer á Mariana, que também havia patos e que não publiquei aqui essas fotografias propositadamente.) :)


©the build up

venezia. venedig. venice. veneza.





©the build up

Alguém comentou que Veneza lembra, a cada passo que se dá, a cada movimento que se faz, a cada rua em que se entra, a cada esquina em que se percebe sem saída, Italo Calvino e as suas Cidades Invisiveis. Eu digo que a sua raiz italiana não é inocente.
O que fica de Veneza, para além da hospitalidade do João Francisco Coelho e da gastronomia italiana, é a qualidade da luz e a intensidade de cada cor, que a constante invasão da água proporciona; os canais que tornam tudo fluido e integram cada segmento deste imenso labirinto fragmentado e non-sense que te faz perder, mesmo que passes pelo mesmo sítio 30 vezes. (O Coelho dizia que, depois de um mês, uma pessoa apercebe-se que há certos sinais (para além das placas improvisadas) que ajudam a orientar: um graffiti na parede, uma janela especial, uma arcada com um desenho específico,...). Em apenas dois dias, Veneza, sem qualquer orientação (como fiz questão que assim fosse), pareceu-me gigante, interminável. Sei que poderia andar horas e horas em círculos e outras geometrias variáveis, sem encontrar alguma vez o ponto de partida.

2.12.08

1.12.08

#3 biennal venezia.




©the build up
Tenho de admitir, que embora o invólucro seja sempre apelativo, o conteúdo exposto na Bienal, o modo de abordagem e a forma como encontra soluções para possíveis respostas posicionadas no tempo específico de hoje, me desiludiu. Na verdade, o tema "Out There: Beyond Architecture" daria para muito mais e deveria ser tratado com mais seriedade. Em alguns momentos - perante o deslumbramento claro pela crença de que tudo será e deverá ser resolvido através da tecnologia, do automatismo, do digital -, tudo me pareceu demasiado abstracto e excessivo. Sem grande consciência. Quase obsoleto e datado, á imagem do que alguns grupos tentaram teorizar há umas décadas atrás.

Uns dias depois li esta crítica:
«Veneza não tem significado. O seu faz-de-conta indica que ela é apenas linguagem. A imagem que apresenta exprime a crise e o conflito da cultura – não a sua utopia ou forma», resumiu Massimo Cacciari.
O filósofo italiano, que preside aos destinos da cidade desde 2005 e já antes ocupara o cargo entre 1993 e 2000, conclui: Veneza é um lugar em crise permanente. Em crise com os seus elementos (cercada numa guerra impossível com as águas da Laguna Veneta), em crise com a sua cultura (reduzida a um parque temático de si mesma).
A Bienal, como sinal do moderno na cidade, nada mais faz que acompanhar o barco: os «estados das artes» desfilam fantasiosos, entre a feira profissional e o turismo cultural.
Este ano cabe à arquitectura a sua mostra, dirigida pelo
norte-americano Aaron Betsky. O título Out There. Beyond Building («lá fora, além do edificado») vai no sentido contrário da edição anterior, na qual Richard Burdett defendeu o «regresso ao real» das cidades e suas áreas metropolitanas. Betsky, por seu lado, faz a apologia da imaginação como forma de superar os constrangimentos da realidade. Na melhor das hipóteses (a que descarta o cinismo), trata-se de um imenso equívoco crítico."
(...)
"Os participantes apresentam instalações alusivas ao tema, de grande escala e maiores recursos. (...)Bombardeado por uma artilharia de periféricos – sensores, monitores, projectores – o futuro da arquitectura é futurista, com a promessa de uma «experiência total» enlaçada por geometrias entre a botânica e a aeronáutica."

Entretanto, retem-se na memória o Pavilhão Japonês, pela simplicidade como "fala de arquitectura", numa linguagem universal e sem artifícios: "só" desenhos infantis, sobre paredes brancas; e o Brasileiro, por ter encontrado uma outra mecânica de falar sobre cidade, expondo arquitectura apenas em palavras de outras pessoas que não arquitectos - "no architects: from urbanity to intimacy". A resposta perfeita ao tema "Out There: Beyond Building".

©the build up

#2 biennal venezia. giardini.












©the build up