30.6.08

star talks.


*
"in this job... you have to steal, you have to take, you have to learn. that's why an architect should live long.. long. maybe 200 years. because it's all about learning in the first 60, 7o years.", Renzo Piano.

Os meus pontos vão para as intervenções de Piano, que por momentos fala um bocadinho de arquitectura. Não é porque o standard seja elevado, que acho que devem omitir certos assuntos, certos "argumentos", só porque à partida, estão controlados. adquiridos. Porque admito que para uma pessoa exterior ao "domínio" da arquitectura, esta é durante os 56min, uma conversa totalmente "non-sense" e autista.

Quanto às Stars' Stars.
Santa Maria del Fiori em Florença de Brunelleschi, para Piano.
Ronchamp e La Tourette de Corbusier e Alvar Aalto, para Gehry.
Mesquita de Cordoba e Casa Curutchet de Corbusier, para Hadid.
Sainte-Chapelle em Paris, Maison de Verre de Pierre Charreau e Johnson Wax Building de FLW, para Nouvel.

De qualquer modo, mesmo para quem está "dentro" do domínio (embora não querendo isto dizer que domine), não me parece ter sido uma conversa muito interessante, de todo, para as expectativas que o combinado destas 4 pessoas, por inerência, pelo "estatuto Pritzker", geram à partida.

descobre as diferenças II.

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Só para esclarecer uma coisinha...
...como aqui (nos comentários) está explicado, o stencil já lá não está, e foi feito justamente com a anterior intenção final de ser apagado. (Pfff.. e eu acho mesmo piada á escada.)

Um "happening", meus amigos. :D Dele, fica o registo fotográfico.

o "aqui e agora" "amanha, em parte nenhuma".


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Há poucas marcas que se podem dar ao luxo de ter um nome que se confunde com os produtos que vendem. A Polaroid é uma delas. A fotografia instantânea foi mais do que um suporte revolucionário e uma maravilha da ciência e da técnica. Foi um ícone que encontrou uma forma muito particular de emoldurar a realidade.
O prazo de validade dos últimos cartuchos Polaroid acaba em Setembro de 2009 e dá a estocada final num paradigma fotográfico ligado á imediatez alquímica e táctil. Não deixa de ser cruel e irónico que seja a imagem fotográfica digital de agora a ditar o seu fim.

Grite "Best before: it's too late." - para ser um "activista Polaroid." *, e ajudar a imortalizar esta expressão instintiva e mágica - no brilho, no esbatimento dos contornos, na luz cinematográfica.
"Se considerarmos a fotografia como um acto de caça, na Polaroid é quase como se voltássemos ao tempo do arco e da flecha. A cada momento só se tem uma bala."

Pública, 29.06.08 (transcrição parcialmente livre)


* ou simplesmente, no flickr adiciona-lhes o tag "savepolaroid".

29.6.08

persistência.


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Fui comprar fruta fresca, e aproveitei para tomar café.
(Agora era um momento mesmo bucólico eu começar a próxima frase por... "Na mercearia"..) Mas não. foi mesmo no "Stand" da "Delta" em frente ao "Froiz, quem vira ali no "CentroXogo", depois de descer as escadas rolantes, do "Bom Sucesso". (Nunca ninguém pensou em reflectir na redundância semântica - claramente "manipuladora"(para centro comercial) e "narcisista" (para "bairro") - que este "título" representa?)
Bem, entretanto, ao meu lado, estão Mãe e Criancinha dobradas sobre os joelhos, fixadas num boião-aquário com bolinhas-rebuçado de duas cores.

Mãe - Queres o laranja ou o amarelo?
Criancinha - Quero um de morango.

Acho nos putos piada a esta persistência e tendência para só se concentrarem no que querem. Depois, um dia, crescemos e conformamo-nos com o laranja e o amarelo.

28.6.08

don't look back...



"For a better place to play" :)
Bom trabalho...
Prevêm-se grandes maquetes... - tipo escala 1.50. :D (ahhh... fácil fácil fácil.)


Para a nossa última semana na última entrega, do último ano na faup.

versão para quem não vai d erasmus:
Para a nossa última semana na última entrega, do último ano a sério na faup.

ahah

*

Nota:
Oasis, pelo fabuloso Devendra.
O video lindíssimo, é assinado por Andy Cahill.


Agora vamos todos fazer o seguinte.
Repetir em coro, - em voz alta, ou em surdina (é optativo) - a maior quantidade de vezes possível:
"Andy Cahill, Andy Cahill, Andy Cahill..."

27.6.08

mãos frias. coração quente.





© Maarit Hohteri
Nesta altura do ano, resultado combinado da temperatura do meu coração apressado (a exterior é capaz de causar algum agravamento), existe algo de incrivelmente frustrante, trágico e doloroso, em tentar/querer/precisar de dormir... e simplesmente, não conseguir.

old/new.


©
Parece-me que na faculdade em GRAZ também se fazem churrascos. :)

e há varandas como a da "torre H".

©
.

©
...bar igualmente apelativo.
(E toda a gente sabe quão essencial é a existência de um Bar.)
...e uma sala à imagem e semelhança de Espaços do 4º ano. :D

...Posto isto e partindo daqui, o que pode correr mal?... :)

26.6.08

tinha tudo para ser uma história de amor.

©

Não fosse este cheiro constante e enjoativo a ovos estrelados no ar, vindo de local indeterminado, a esplanada do Casa Agrícola, à sombra, com esta luz magnífica, perto das 11h30, ao som de Koop, seria uma das melhores coisas do mundo.
Uma das melhores coisas do mundo, do dia 26 de Junho de 2008, enquanto se fazem pré-dimensionamentos da estrutura do projecto, depois de sair energicamente da cama, quando só se dormiu 2h, e se acordou com a Cibelle.

ruínas.


©

Soldado - Tu não sabes nada sobre mim.
Eu fui á escola.
Fiz amor com a Col.
Os cabrões mataram-na, agora estou aqui.
Agora estou aqui.

(Encosta a espingarda á cara de Ian.)

Vira-te, Ian.
Ian - Porquê?
Soldado - Vou foder-te.
Ian - Não.
Soldado - Então mato-te.
Ian - Fixe.
Soldado - Vês. É melhor levar um tiro do que ser fodido e levar um tiro.
Ian - Pois.
Soldado - E tu agora concordas com tudo aquilo que eu disser.

Beija muito delicadamente Ian nos lábios.
Olham fixamente um para o outro.

Soldado - Cheiras como ela. Os mesmos cigarros.

O Soldado vira Ian com uma mão.
Com a outra aponta o revólver á cabeça de Ian.
Puxa para baixo as calças de Ian, desaperta as suas e viola-o - com os olhos fechados e a cheirar o cabelo de Ian.
O soldado chora convulsivamente.

O rosto de Ian revela dor mas ele permanece em silêncio.


(...)




Ruínas, Sarah Kane.
... na guerra civil.

Li o seu Teatro Completo,.... sinto-me como se me tivessem vomitado em cima. E eu descobrisse nesse acto e na ferida aberta e esquálida e tão pútrida que a obra de Sarah Kane expõe, uma força necessária e intrínseca. Depois, no meio da lama, aparecem estes rasgos de humanidade... e de esperança, ou desespero, não sei bem. (Como a mulher que lambe as lágrimas*...do homem que não a respeita, enquanto este chora e a possui... numa das 20 cenas da peça "Cleansed" - para mim a mais violenta, cruel e vulnerável, de todas.)

*semelhante ao momento "mais inspirado" de toda a escrita de Saramago.

25.6.08

4:48 (2)


©

"Todos os actos são símbolos
o peso deles esmaga-me

Uma linha picotada na garganta
                                                CORTE POR AQUI"



4:48 Psicose. Sarah Kane

4:48. (1)


©

"E saio às seis da manhã e começo à procura de ti. Se sonhei com uma rua ou um bar ou uma estação vou lá. E espero por ti.

(Silêncio)

Sabes, acho que estou a ser manipulada mesmo."




4:48 Psicose, Sarah Kane

24.6.08

metro público. publi-cidade.


©

©

Lembro-me do Arq. Nuno Grande, professor de Urbanística na FAUP, dizer como moderador numa das conferências que "REDUX: (re)habitar a cidade" proporcionou, - sobre o papel urbano dos arquitectos - que, se o Metro do Porto não tivesse tido a colaboração de um "arquitecto" (sabendo que Souto Moura foi apenas um deles), provavelmente teríamos uma infra-estrutura de uma eficiência poderosíssima (tanto ou mais do que a actual), como por exemplo, o de Barcelona, mas nunca, alguma vez, lhe reconheceríamos esta qualidade espacial, este bem-estar que o desenho cuidadoso dos seus percursos e o uso e permanência de/em cada uma das suas estações proporcionam.

Para além destas qualidades, é também o seu design de "comunicação" realizado pela empresa omdesign, reconhecido e premiado este mês, na Turquia, no "2008 Light Rail Award" - título atríbuído pela "International Association of Public Transport".
"The criteria for selecting the winners were innovation in the project’s conception and design, excellence on its implementation, and a measurable positive impact on the mobility and lifestyle of citizens."

23.6.08

sexy, don't be sad.


Phoebe Killdeer and the Short Straws - Paranoia.

Phoebe Killdeer, uma das meninas que emprestam a voz a Nouvelle Vague. :)


P.S " Pffff ", tão tão private que até doi.
P.S1 Minha lagarta, estiveram em Lausanne em Abril... diz-me que foste*

18.6.08

coincidências.



Ontem fomos o dia todo estudar História Arq. Portuguesa para a esplanada do Casa Agrícola. Como já é hábito, passei pelo escaparate dos Postais e encontrei este, tão solidário e consentâneo com o meu espírito. :)

Deveria ter sido este o meu "mote" para a oral...
(Agora vou-me autoflagelar por, deliberadamente, ter decidido seleccionar exemplos de cada "matéria", e ter assim aleatoriamente deixado a Igreja de Sta Clara-a-Velha de Coimbra de parte.)

17.6.08

reset. memory.


©
Com isto da oral de história da arq. portuguesa (que se pode comparar ao esforço de ter de "compreender" (decorar, pois) o que é que, detalhadamente, cada uma das pessoas da FAUP comeu ao pequeno almoço e leva vestido num determinado dia de chuva)... dou por mim a passar horas a criar as mnemónicas mais incríveis.

16.6.08

Velocidade, precisa-se.



"I got some beans & an octopus, & I need to travel fast
Yeah I dreamed I crossed the Bosphorus in a polystyrene raft
& then I dreamed I was insomniac, awake for 15 days
Until I woke up in the second act of someone else's play

& somewhere in the middle of the seventh scene
They came to me in uniforms of ultramarine
They said "Hey!", I said "What?", they said "We know where you've been"
But they were wrong, & I was fast, & as I ran I heard them scream:

Velocity is all you need, so clap yr hands
& in the end you'll come to see that it's all you have.
(...)"
Vert - Velocity

Grande parábola do que se passou hoje na FAUP.

YEAH.


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Parece-me que alguém vai para a Austria... e corre o risco de não voltar. Com um timing perfeito para ir ao Razzmatazz (oh yeah!) (com a minha "gosma de estimaçao") antes de ir para Viena... :) e depois, para não ser tipo pudim instantâneo (ou espécie de vortex espacial)... de comboio para Graz, para absorver tudo, o mais possível.
(E para ter tempo de fazer coisas verdadeiramente inteligentes, como ler a minha mais recente e útil aquisição. ahah (Na verdade, foi o meu pai).)

14.6.08

descobre as diferenças.


©


Está lindo. Como caricatura da escada, como intervenção urbana.
Fossem todos os "graffitis" assim. (os da Bouça, na Lapa, são hediondos).

:) Apesar de tudo, de ter integrado o Concurso de Fotografia organizado pela FAUP, não me admira que este registo da Biblioteca de Viana do Castelo, do arq. Álvaro Siza, não tenha sido seleccionado para a exposição.
Quanto à minha opinião, uma vez que conheço uma das pessoas por detrás da autoria do stencil em questão, fazê-la-ei chegar pessoalmente. :)

vetiver no passos manuel.


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"is there anyone of you that had been in our last concert in porto?!.. it was in a strange room... with weird glass walls all over". ahah :) (Doce para quem adivinhar de que espaço se trata.)

O tamanho da sala do Passos Manuel - "these are our last two songs. there won't be an encore (that moment we leave the stage to come back seconds later), because.. err.. there is nowhere to go" (lol) - não podia ser mais adequado, para um público que, apesar de escasso quase encheu a sala. Apesar de devoto (notório nos assobios em momentos que foram sendo altos) houve momentos em que não se demostrou muito caloroso, embora o fosse por natureza (porque só lá estava, de facto, quem gostava de Vetiver - e quase metade tinha respondido afirmativamente á pergunta).
Não me sai da cabeça a personagem do Andy Cabic (minutos antes "desorientada" no bar/hall repleto do Passos Manuel; minutos antes sozinho num sofá num hall vazio (contive-me para não ir ter com ele, quando saí da sala (onde estavam os estranhamente loucos/frágeis - com muitos problemas de som (ou mais "afina-som") - Hola a todo el Mundo a actuar) para tomar café e pagar cada centimo de 2,50€, preço a que lá se consome cerveja.

O concerto foi íntimo, apesar de tímido na comunicação. Cabic tem um timbre de mel. quente e doce. Do mais bonito que já ouvi. Eu deixo-me deslumbrar rapidamente, eu sei, mas é impossível não perceber que estes Vetiver cresceram. Estão mais maduros. Instrumentalmente irrepreensíveis. As músicas - que despertam em mim um misto de tristeza, nostalgia (num sentido que não é de todo negativo e que se expressa e projecta na It's Been So Long na perfeição) - ganham toda uma dimensão diferente com a interpretação de Andy: tão transparente e tremendamente expressivo na sua melancolia. Estranho como sempre associei melancolia a monotonia... e só hoje, naquela hora e pouco, percebi a diferença.
A Maureen levou-me a sair do lugar em que estava, e instalar-me, mais perto, na 2ª fila. A I Know No Pardon, versão tão bonita com harmónica, esteve perto de emocionar (àquele ponto em que se torna visível) A You May Be Blue (assim como a Won't Be Me), perto de me fazer desfazer ("fazer desfazer", pois) a cadeira. :) E a interpretação da "Down at El Rio", com o outro guitarrista a substituir a voz de Devendra chegou a arrancar-me umas gargalhadas. :)



Ficou ainda um pedido vindo de uma pessoa do público para cantarem "Amor Fou"... ao que Cabic negou, argumentando que, prefere deixar o uso (in e ex)tensivo da palavra "love" para o Devendra Banhart (E que "diz a palavra "love" com a naturalidade de quem barra uma tosta com manteiga" (A letra resume-se a "Love.. love, crazy love. love love love love crazy love. (x.2) Amor Fou (x.xis)), que não faria muito sentido cantá-la sozinho, e que se sente mais "confortável" com outros temas.
O que me deixou quase perplexa/frustrada/incrédula/whatever, foi a prática inexistência de um "aplauso" final, de um agradecimento à altura do espectaculo que nos foi "oferecido"(Vê-los a sair da sala com um público já mudo). Espero que o público, amanhã (dia 14) em Lisboa seja mais generoso.

13.6.08

pele.



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Toda a gente tem daquelas pessoas. Aquelas que conhecemos e sentimos como se fossem parte da nossa pele. Protegem, ampliam-nos os sentidos, regulam a temperatura. Antevemos actos (mesmo aqueles que só se manifestam á superfície) e prevemos consequências da demasiada exposição solar (que se resolve sempre com uma boa dose de creme.) A respiração não acelera, o coração não se descontrola. Só sentimos uma sensação de conforto... até no silêncio.

- Achas que é amor?
- Não. É pele. Não a arranhes.

(h)à prova.


*

Eu gosto (mas)... um bocadinho mais de tempo, e era perfeito.

12.6.08

Green rain.


:)
do "EXIT", de Shugo Tokumaru, de 2008.
O artista é ainda por mim desconhecido, de parte incerta algures no Japão, mas o vídeo é bonito; a música é Linda.
Entretanto encontrei esta crítica ao álbum (que é o seu 3º), com umas analogias que no primeiro parágrafo inicialmente me deixaram com aquele ar de perplexidade, a pensar que estava perante um gémeo ou um clone mental da mariana, mas com o tom coloquial que a joana emprega sempre a tudo o que escreve, e a pensar... "não faço ideia o que este senhor está a tentar dizer com esta história dos macacos"... No entanto, no decorrer vai-se percebendo o sentido. :) (E como me seduziu, tinha de o transcrever (quase) na íntegra...)
A música é sim, universal, e mais que o sentido/significado das palavras, interessa a sua musicalidade, cadência. (Eu gosto de anáforas e aliterações (e da paronomásia.).
(Basicamente, gosto de escritas eufónicas, e tu? :D)

"Listening to Shugo Tokumaru is like watching a documentary about monkeys on TV with the sound on mute, except instead of just watching, you're also watching yourself watching, like you can do in dreams, you know, and you're standing looking over your own shoulder at these animals, which are just like you but different. And the you who is watching TV is thinking, "Man, these things are just like me, but different," and the you watching the you watching TV is thinking, "That guy is pretty stupid, because he doesn't even know that I'm standing back here," and then that you just floats out of the window, climbs a tree, and starts mentally undressing the moon. And that you and the moon engage in what we can only call "love making," though that's not really the best term, for obvious reasons. And when it's all over you smoke a cigarette with the moon, and the moon begins to cry and the tears from the moon drown someone rowing by in a little boat.

You have to believe me when I tell you that guy lives. The second part of that story, the part that TV-watching-you and out-of-body-you doesn't get to see is that the tears of the moon turn that guy into a merman, and he swims around with other merpeople and lives happily ever after. Because on Exit, Shugo Tokumaru is making frenetic, surreal pop music that I have to believe is about hope. It just sounds that way, and I don't understand most of what he's singing anyway.

Which reminds me: in a non-metaphorical way, listening to Shugo is like watching a foreign film with the subtitles off. You can't "know" what's being said (as if you can "know" anything, man, shit), but you can "understand" what's happening. You can feel. And at the end, you can say "that was delirious and beautiful and fun." Listening to Shugo is experiential and visual, and makes my words on his sounds feel clumsy, immature, weak."
cokemachineglow.

(n)a elegância. :)


Crítica da "versão Sul", pelo blitz aqui. :)

A prova de como para cativar, não são necessárias tretas do género "i love you and you are the best public i've ever met"...
Basta um "hmmm.... Porto", a elegância, o charme, e o desejo de partilha: qualidades apenas eminentes num verdadeiro talento "que começa por denunciar o desconforto perante o à vontade de uma plateia já rendida no concerto de abertura (...) e a confirmar subliminarmente que é tímida, começa por ser sombra chinesa de papel [“When i was a young girl”] antes de ser Feist de carne, osso e serpentinas! (...) Esta Senhora só foi tímida para demonstrar que não o é! e para (re)lembrar que uma diva não é a que enche um Rock in Rio, mas a que enche cada um de nós no regresso a casa, e mais caro que a gasolina que precisei para lá chegar, isso não tem preço, e deixa-me o dilema, se ocupa mais espaço no coração que na memória!" (de "supercalifragilistic", uma das críticas que por lá se podem ler).

11.6.08

Feist, the lady.


Palladium Ballroom, Texas, Abril 2008

"You know, three years ago, i had this love affair of a one night stand... at a beautiful place, in a beautiful city"*


Ela é charmosa, sedutora, de humor inteligente. "Wouldn't it be great if this was a rollerskating place? With this light... we would be the band... Maybe we could play that - (e começou a cantar) "do you believe in life after love..?!" (Cher)... or maybe that "Everything i do, i do it for you" (Bryan Adams). ahah :) Cativou o público do Coliseu do Porto comunicando constantemente, lançando piadas, pedindo-lhe para fazer de coro suporte (a 2 vozes!) enquanto cantava á capela, na "Honey Honey" e quando iniciou a "So Sorry" ("remember your team?!").
O concerto foi de um requinte difícil de encontrar. Toda a produção visual estava soberba. O fundo ia sendo composto com transparências, que miss Clea Minakerper, numa espécie de "mesa de luz", ia montando, "animando", e projectando num trabalho "collage", de sobreposições de recortes, gestos, sombras... em tons pastel.
"There were moving silhouette vignettes, puppetry, finger painting, fabric shadows, projector overlays, and all kinds of mixed bag techniques, but the effects were almost always poignant (when they weren’t amusing)."

Como momentos altos da noite, "Sea Lion Woman" com Feist a cantar com um "(micro)megafone", para a partir dali despertar o público, para registos mais dançáveis, e o improviso final e íntimo ao Piano (iluminada atrás de um painel branco translúcido (com o qual iniciou o concerto)), no qual "contou uma história...em que pedia ao "manager" para os trazer á Europa "in the Spring"... "please don't take me to that dust stage in Germany.... take me to Porto". (e como foi o Vinho do Porto que o convenceu.)" lol

*Hard Club, 2005.







(isto de ter pouca memória na máquina é caricato: Basicamente, fartei-me de filmar, mas ia apagando constantemente para caber o que eu achava que podia ser melhor. Aspecto complicado, para um concerto que na minha opinião, foi de superação constante. Nunca linear e em nenhum momento "descendente".)

P.S. faltou a "The Build Up"...
P.S1. É provável que as citações não tenham as exactas palavras... a minha memória atraiçoa. :)

10.6.08

ninguém sai ileso.


chan marshall

"
É dito que no noir a femme fatale é a culpada da acção destrambelhar, do anti-herói se tramar, do dinheiro esvoaçar e do sossego acabar.
Na vida real, para que isso aconteça, basta ser femme. Nem precisa de ser fatal."
vontade indómita



Quanto a esse estranho fenómeno monetário, depois da minha estranha e "indómita" última obsessão, os meus humildes bolsos vão amanha para a Leslie Feist.


pregar. v. tr. cravar pregos.



A última evolução tão louvável (louvor, palavra tão cara a esta esfera) e necessária como esta, foi a de que as mulheres, afinal, têm alma.
Também quanto à homossexualidade, "A Igreja ensina que o respeito para com as pessoas homossexuais não pode levar, de modo nenhum, à aprovação do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal das uniões homossexuais. O bem comum exige que as leis reconheçam, favoreçam e protejam a união matrimonial como base da família, célula primária da sociedade", continuo sem perceber este conceito de lógica pelo qual se (a)fundam. Não percebo estes argumentos que se baseiam em premissas que em nada se relacionam. ("A validade de um argumento dedutivo depende da conexão lógica entre as premissas e a conclusão do argumento".) É que não só a constituição da família é vista como uma espécie de esquema reprodutivo, como depois o acto que o torna possível, é totalmente condenável. Para não falar nos meios contraceptivos. (Porque só o aborto é que é mesmo um desrespeito à (protecçao da) vida). And so on...

Tudo aquilo que é decidido fora do que "está escrito", fora do seu "limitado", "datado" tempo, é assim uma nebulosa incongruente, incompreensível e inclassificável, (ignorante, ingénua, céptica, arcaica?), que só contribui para uma posição cada vez mais frágil, cada vez mais objecto de descrença.
Há muito que encaro as atitudes/decisões da igreja católica como uma quase anedota. (Esta é muito boa).
(Da última vez que fui á missa - cerimónia a que pelo menos uma vez por ano (perto da Pascoa) os meus pais se lembram que existe e que é da máxima importância ir -, o padre disse que a Internet era o novo e mais recente pecado social.)

Não é por nada, só porque tenho o Crisma, estou longe de ir para o Paraíso, e o Purgatório (limbo) acabou de fechar em Abril do ano passado, por Concílio d(a) Tre(n)t(a).

8.6.08

that's the very only way.


*

Vamos numa estrada de um único sentido. Entre velocidade desenfreada, entre travagens suaves, travagens bruscas (quase sempre mais bruscas que suaves) para todo e qualquer efeito (e consequência), não há retorno. E na sucessão de cruzamentos que nos fazem acelerar escolhas e tomar decisões (convictas ou não), sem qualquer orientação, esta é a direcção certa.
Estamos no bom caminho.

misunderstood minds.


*

Esta noite disse a uma pessoa amiga - de infância - que (ela) tinha sérias dificuldades em demonstrar afecto.
A irmã, que estava perto, fez um sinal assertivo com a cabeça.
Ela, no entanto, olhou para mim, com ar chocado, e chamou-me fufa.

7.6.08

goSerralves!





*
readySetGoSERRALVES.


volto já. :)

(in)certezas.


*

"Quando falo contigo sinto que tenho onze anos. Doze. No máximo treze. Sinto-me como um miúdo que está a fingir ser adulto perante o adulto que o é. Como se jogasse a um jogo cujas regras apenas tu conheces e eu improviso - caio em buracos, piso armadilhas, tropeço na erva alta. Esfolo os joelhos na maior parte das vezes e espero que mos desinfectes com um algodão embebido em água oxigenada; que a espuma branca surja por cima do sangue que se estanca."
Maiúsculas

alex prager.





*

"Prager creates iconic voyeuristic images of women steeped in sometimes hypnotic, sometimes classic Hollywood cinematic moments. Her women wear retro costumes and obvious polyester wigs with fake gigantic eyelashes and eerily perfect make-up. The poses are staged to create an even further thriller feeling. These are Barbie Dolls about to be lost to some horrific ending. The influences of Hitchcock and David Lynch are evident yet not that they are mere replications or rip-offs. It's the lighting that makes her photography so fantastic. She manages to capture the intricacies of a dark night coupled with the vivid foreground of a car's overhead bright light. The two create a disturbing scratchy awareness of impending doom.

The works are a series of narratives with a sense in each of more story that what is seen. (...) There are missing frames between but a disquieting relationship exists between the pieces. A French jump cut, maybe, but certainly La Nouvelle Vague. There is a subconscious dismissal of landmark cinematic form, an abundance of childlike iconoclasm and evident Godard deep focus.

Prager got into photography at the age of 20 after visiting a William Eggleston exhibition at The Getty. It is even more flooring to know she is self-taught. There was no formal training for Prager. The images are pure raw talent."

Malibu Arts Journal

5.6.08

porque sim.


*

Porque sim... eu também podia ser Homem. :) Mudem-lhe só os sapatos, e a mala (e aqueles olhos azuis), por favor.
Tudo o resto... sou eu.



P.s. É escusado dizer que este post é totalmente private. Mas a certo ponto, deixa de o ser, para quem me conhece. :)

...entregas_te?


*

Com neste momento, 2 entregas em atraso....
...é esta a minha chocante atitude perante tal facto.
...pior do que isso. é a triste e chocante mesma atitude das restantes pessoas, na mesma posição, que me rodeiam.

É mesmo difícil, triste e chocante querer trabalhar para Projecto, e nao pararem as entregas/exames às mais variadas e distintas e inúteis matérias.

i do not pretend to pretend.

Vi algo no blog da joana.. que me fez lembrar isto (e também isto). :)
Entrar "assim" na vida das pessoas... tentar adivinhar-lhes os hábitos e as rotinas; os gostos, os vícios. (Não deixa de ser falacioso.... como se uma pessoa se pudesse descobrir ou revelar, por aquilo que possui.)





*