26.4.08

"só neste país é que se diz "só neste país"".

Sergio Godinho, no Maria Matos, na RTP2, como companhia imediata para uma noite de trabalho, num dia que é suposto uma pessoa ser livre.
Comunicador nato, compõe como ninguém e como ninguém cozinha versos e articula a sonoridade de cada palavra, de cada sílaba. Do seu génio saem autênticas pérolas, como a Noite Passada... Lisboa que Amanhece, a Espalhem a Noticia, ou Dancemos no mundo.
Quem conhece a música dele - ou até mesmo só a que deu voz aos Amigos do Gaspar , ou a Brilhozinho nos Olhos -, percebe que é Portuguesa. Não porque seja em Portugues (música portuguesa não é só aquela que é apenas cantada em português), mas porque aquela complexidade semântica - que fala de coisas "delicadas" com a maior simplicidade, e de coisas prosaicas, com o maior lirismo (como em baixo exemplifico)- e a riqueza com que as melodias são harmonizadas, não poderia surgir em nenhum outro pedaço de mundo, senão neste.
"Portugal é nosso para o bem e para o mal" :)


"É terça-feira
e a feira da ladra fica enfim quieta
e abandonada
e a rapariga
deixou no chão um lamento
que se ergue e gira
e roda com o vento
e rodopia
e navega
e joga à cabra-cega
é de nós todos
e a ninguém se entrega"
(Terça Feira)




"Dias úteis, às vezes pretextos fúteis para encontrar felicidades no percurso de um só dia.
Dias úteis, são tão frágeis as verdades que se rompem com a aurora. Quem as não remendaria?
Dias úteis, mesmo se a dor nos fizer frente, a alegria é de repente, transparente. Quem a não receberia?
Mesmo por pretextos fúteis, a alegria é o que nos torna os dias úteis.

Dias raros, aqueles que por amparos do bom senso e da imprudência, fazem os prazeres do dia.
Dias raros como os ares, Rarefeitos, amores mais do que perfeitos. Quem os recomendaria?
Dias raros, em que os mais dados às rotinas ouvem sinos, seguem sinas cristalinas. Quem as não perseguiria?
Por motivos talvez claros, o prazer é o que nos torna os dias raros.

Por pretextos talvez fúteis, a alegria é o que nos torna os dias úteis
Por motivos talvez claros, o prazer é o que nos torna os dias raros
Por pretextos talvez fúteis, por motivos talvez claros."
(Dias úteis)



(Acho que já deu para perceber que gosto do Godinho, e que tenho uma terrível dificuldade em me conter, porque na verdade, penso que não existe nenhuma música dele que eu nao goste.)

25.4.08

conquistas e amuos.



Ainda bem que Salazar (essa agora grande figura mitológica) foi, com 41%, aclamado como o "Grande Português", o que vem indicar/provar que este dia - mítico para alguns, real para outros - não foi mais do que um arrufo hippie.
Não deixa de ser algo contrasensual que os que o aplaudem sejam os mesmos que, simultaneamente, contestam a vontade do próprio, ao pactuar com estes direitos descabidos, como, aliás é, o de voto. Até eu, que não gosto de fazer desfeitas ás pessoas, e submetendo-me a esta aparente supremacia ideológica, ainda não me recenseei.

23.4.08

exposição mundos perfeitos.


Inauguração da exposição "Mundos Perfeitos", dia 28 (segunda-feira) na faup, inserida no Ciclo de Fotografia.

Este post surge a partir do da mariana, que entre o "extremismo" e o sempre tom de (mesmo sendo falsa) verdade que caracteriza o seu discurso - concorde-se ou não, concorde ela ou não -, lança uma metáfora curiosa entre a ideia de perfeição em Fernando Guerra e Helmut Newton.
:)


P.S E continuo a achar que o tema "mundos perfeitos" não é muito feliz.

homenagem III.



contigo... é até de manha. :)

22.4.08

bowerbirds.



Há algum tempo que eu andava num tal estado de letargia musical, ao ponto de não me apetecer ouvir nada do que aqui tenho. (dar por mim a ouvir "franz ferdinand" e me dizerem "margarida, andas mesmo desesperada")
Há algum tempo que me parecia andar com companhias que eram "um bocadinho mais do mesmo"... o que acontece sempre, até surgir algo diferente capaz de (se ou me) reinventar. E se demorou invertê-lo, parece-me que vai ser para durar, tal é a vontade que tenho de abraçar este album.
Bowerbirds é Lindo. :) Uma mistura alquímica de fragilidade, doçura e uma energia que só as músicas (que quase tocam a perfeição, sem o ser) conseguem transmitir.
E sei-o, porque tenho uma consciência interior implacável que mo diz sempre que me apaixono.
:)

O que me intriga é ainda não ter percebido se Bowerbirds cantam a felicidade, a tristeza, ou as duas em simultâneo.


(Ah, e as semelhanças - cirúrgicas - com andrew bird, não se ficam pelo nome. nem pela Dark Horse.)



concert a emporter

20.4.08

conferência: "Pensar a Luz".


Peter Gasper é um dos mais destacados "Lighting Designers" e vai estar na Faculdade de Arquitectura da U.Porto para dar uma conferência intitulada "Pensar a luz". Artista polivalente, tem o seu nome associado à iluminação no teatro, cinema e televisão.
Em Portugal foi o responsável pela iluminação dos primeiros espectáculos Rock in Rio. Também na arquitectura o seu currículo é vasto, através da ligação ao arquitecto Oscar Niemeyer, iluminou algumas das mais representativas obras da arquitectura Brasileira.

Na FAUP, dia 22 de Abril, entre as 17h00 e as 18h30m.

in

19.4.08

fatalidades.


Há pessoas que são como válvulas de ar fresco. De tão necessárias e insubstituíveis que são, em momentos de quase asfixia, surgem como a única aparente solução. Recorremos a elas, e são herméticas. Nunca se desgastam, nunca se viciam. O ar raro que transmitem é regenerador, e só se substitui com outro da mesma qualidade.

16.4.08

demiurgo é o senhor.


*des murs, bouroullec

Medo. Acordo com uma chamada do gabinete de relações internacionais da faup, a dizer. "margarida?! temos um problema.. parece que a sua candidatura á TUgraz veio para trás".....Ao mesmo tempo que ela dizia "recebemos uma notificação de graz ... e parece que o seu email está incorrecto" eu já não ouvia nada, e só me estava a ver a ficar por cá no 5º ano, nada de viagens, nada de erasmus, nada de Austria, nada de Europa.
Entretanto, e quando decidi passar pelo gabinete depois de ter respondido com um "Estou a ir para aí" sem se quer perceber o que me estavam a explicar, peguei numa revista qualquer "académica" (uporto alumni), enquanto esperava que a miuda que lá estava dentro acabasse de relatar uma história qualquer (algo qualquer interminável que tinha qualquer coisa a ver com uma qualquer embaixada...) e li este pequeno "texto/comentario/excerto"(?) - numa rúbrica que se intitula "Alma Mater - Um excesso de Siza" - parvo como tudo, que transcrevo, na íntegra.

"Em cima dos estiradores repousam plantas ou simples esquissos de projectos que, na esmagadora maioria das vezes, se quedam pela simples condição de exercícios académicos. a arquitectura é assim: oscila entre a especulação da própria arte e o pragmatismo da construção. Como demiurgos, os estudantes da FAUP tentam dar um princípio organizador aos seus pequenos mundos. O traço é ainda periclitante como o voo inaugural das aves, mas no papel desfilam já as primieras propostas de ocupação do espaço e de definição de um tempo. Neste tumulto criativo, o edifício da FAUP insinua-se com a lascívia de uma musa. a obra de Álvaro Siza Vieira abre-se em luz coada e faz soltar a geometria dos objectos, lembrando aos estudantes que a arquitectura resulta da tensão entre a estética e a funcionalidade. Nas salas, corredores e biblioteca da "mais bela escola do mundo", como lhe chamou o arquitecto Alexandre Alves Costa, acontece o excesso. Esse tanto, esse imenso tanto que só os mestres conseguem emprestar as suas obras."

Eu só posso dizer ao senhor "Ricardo Miguel Gomes" que esta tanta, esta imensa tanta loquacidade (hã?!que tal?) oscila (ou voa, periclitantemente) entre o vago circunlóquio (cá está.) e o patético. Também acho que não é de bom tom os edifícios da FAUP de luz coada desfilarem com a lascívia de uma musa, perante construtores de pequenos mundos que se esforçam por definir o tempo.
Para além disso, demiurgo não é coisa que se chame a uma pessoa.

Porto REDUX: Re (habitar) a Cidade




O Centro de Comunicação e Representação Espacial CCRE, Mestrado em Metodologias de Intervenção no Património Arquitectónico MIPA, revista Dédalo e Opozine [manual de instruções para a cidade], organizam sob o título Porto Redux ou>(re)habitar a cidade um Seminário e um Workshop em torno da Cidade, Património e Arquitectura, tendo o Mercado do Bolhão e a sua reabilitação como mote para uma reflexão alargada acerca das novas dinâmicas, fluxos e interesses que circulam na cidade e que motivam o processo de reabilitação urbana.

O seminário organiza-se em 3 sessões, 19, 24 e 30 de abril. O workshop decorre entre 30 de abril e 4 maio, estando a sessão pública de apresentação agendada para 10 de maio.


Informação completa aqui.

cafés.




Gosto de cafés.

O Café é um especial lugar para uma pessoa se encontrar. Com pessoas e com a alma.

Com a alma, não porque consiga de facto “iluminar” mas, porque permite um encontro frontal com o que, livre de influências externas e expostos á realidade cru, pensamos e sentimos, com a maior clareza, sem qualquer subterfúgio.
É daqueles sítios em que mesmo anónima e rodeada de estranhos, me sinto bem sozinha (embora me pareça que tenho de alterar, num futuro próximo, o destino deste meu vício quando tenho vindo a reparar que, mal entro, se inclinam para mim com uma chávena de café com leite pronta, e um pedaço de pão tostado) E mesmo com este súbito reconhecimento, numa cidade que tem tanto dela mesma como de aldeia, um “café” é daqueles poucos sítios em que na verdade, se estiver sozinha, gosto de frequentar.
Prefiro assim expor-me à cidade, na minha condição mais elementar. Ganho a perfeita noção da minha qualidade enquanto pessoa social, enquanto mais uma peça de um grande, desconhecido, estranho e, apesar de tudo, surpreendente, puzzle. Nunca consegui perceber se todas as peças encaixam, mas, como acredito na imperfeição e casualidade das coisas, tenho alguma dúvida que isso verdadeiramente aconteça.
Muitas vezes venho trabalhar, “estudar”, para aqui. Concentro-me mais com o timbre dos copos quando se tocam, o som da máquina de café e dos pratos e das chávenas, as vozes sobressaltadas das pessoas e parte deste movimento apressado, do que com o silêncio, ou o ritmo compassado da música que sempre me acompanha.




Com pessoas, porque é das relaxadas e descomprometidas conversas de café, que saem as divagações mais livres, sinceras e inteligentes. É destes momentos em que se expõem confissões, segredos, ao mesmo ritmo com que se fala das coisas mais triviais.
“Tomar café” nunca é literalmente o fenómeno mecânico que dá sentido à expressão. Não implica sequer a existência de café, ou qualquer outro derivado. “Tomar café” é apenas um pretexto, um motivo, um hábito (e eu sou uma pessoa que gosta de criar hábitos), de ordem social. E é por isso que gosto de cafés, de ver pessoas a falar de coisas tão banais e existenciais como as mesmas que regem a minha e qualquer vida. A explicadora de Português que marca todas as suas consultas aqui, e passa horas a falar de Torga, Cesário e Pessoa; os turistas que vêm do hotel aqui ao lado, falam inglês alto como ninguém enquanto engolem canecas de cerveja dourada qualquer que seja a hora do dia; as pessoas de fato que não percebem que seria bem mais interessante se deixassem os problemas do “escritório” à porta; o encontrar o Sérgio Godinho de vez em quando a rascunhar guardanapos, ou mesmo o Nuno Portas, sempre acompanhado com o cachimbo. Ouvir o Siza filho, numa atitude tão adulta, a folhear uma qualquer revista da especialidade e a dizer (tão alto quanto pode para o amigo) “Olha para isto, este gajo é um burro. Não percebe nada. E é feio.”.

Na verdade, estou neste momento neste mesmo café, e acho que depois de ouvir durante uns minutos, duas pessoas a falar entusiasticamente de arroz de cabidela, e como este se faz, (truques incluídos) começo a ficar enjoada.
E os 3 turistas de hoje, não estão a beber cerveja… um deles, pediu "black tea” e os outros “coke”.
Acho que perdi a credibilidade. Não tenho mais nada a dizer.
(Em minha defesa, quero acrescentar, que, tal como esperado, falam alto. Muito alto.)

it's been so long.


*

E chegou a notícia de que Vetiver voltam ao Porto, depois da passagem esgotadíssima pelo auditorio 2 da Casa da Música há uns longos meses. Desta vez é no Passos Manuel, dia 13 de Junho... e eu espero que tragam o Devendra no bolso. :)

Para quem não conhece, aqui está Down at el Rio. e Maureen.

E com a joanna newsom à mistura, Amor Fou, no instante 03:55 (de um apanhado de entrevistas a Devendra e Newsom) :)

words and pictures that define time.


*

10x10™ ('ten by ten') is an interactive exploration of the words and pictures that define the time. The result is an often moving, sometimes shocking, occasionally frivolous, but always fitting snapshot of our world. Every hour, 10x10 collects the 100 words and pictures that matter most on a global scale, and presents them as a single image, taken to encapsulate that moment in time. Over the course of days, months, and years, 10x10 leaves a trail of these hourly statements which, stitched together side by side, form a continuous patchwork tapestry of human life.

10x10 is ever-changing, ever-growing, quietly observing the ways in which we live. It records our wars and crises, our triumphs and tragedies, our mistakes and milestones. When we make history, or at least the headlines, 10x10 takes note and remembers. When we see a picture of a movie star next to a picture of dead bodies, we understand the extremes that exist in our world. Scanning a grid of pictures can be more intuitive than reading headlines, for it lets the news come to life, and everything feels a bit less distant, a bit closer to heart, and maybe, if we're lucky, gives us pause to think.

14.4.08

au revoir hiver. (e a minha mais recente vontade de encher isto de vídeos)

Agora lembrei-me da noite em que as ouvi no Theatro Circo com a miss Mari Hanne (e o Duarte, que no final foi roubar cartazes só para tentar falar com as meninas.:) ) e do desespero que senti por não ter a coragem de, por estar na segunda fila e não haver ninguém a dar o exemplo, me levantar da cadeira, quando esta música (entre outras) soou. Há concertos que não merecem ser vistos sentados. Não mereço eu, nem as miúdas que de tudo faziam (mesmo sendo tudo à volta de clichés e frases feitas) para ver o publico a dar sinais de alguma coordenação corporal. Ironia do destino (ou passado), Sigur Rós, de pé, num Coliseu repleto de pessoas bastante mais altas que eu... retenho na memória como um dos únicos em que me ficou recalcada toda a dimensão visual do mesmo.



p.s Nunca cheguei a perceber como é que estas - tão imaculadas - são as "meninas dos olhos" do David Lynch...



Mas com o regresso deste tempo fabuloso.... isto é mesmo o que dá vontade. (des)Calçar os sapatos, ir para a rua... e cantar/dançar/fazer/ouvir música. Viver a cidade e aproveitar cada pedaço de sol, como se fosse a sustentável principal fonte de energia.
(eu acho que podia viver só de Sol... de manhãs de Primavera, tardes de Verão, e um anoitecer encarnado de Outono. Já as noites, intermináveis, só acabariam quando a minha "bateria" assim o impusesse, o que tenho de reconhecer, que seria um ponto a muito meu favor. :) )




Ou então, apenas só, gritar Lions com(o) Jonquil no meio da Floresta.
(e aqui poderia gritar à vontade, porque a voz dele nesta performance particular (cof) deixa. muito. a. desejar.)





Ou na verdade, ir para Paris.
Com o talentoso Andrew Bird, que tem o dom de transformar as ruas de Paris (leia-se Montmartre) em poesia... :)




mais "concerts a emporter"

13.4.08

frase da semana.

só queria lembrar que "tuning não é chetrite reicing".
(dito por maior parte das pessoas que, estranhamente, eram bastante parecidas com os próprios veículos de que se faziam acompanhar).

12.4.08

"how do i compose"



Como eu sou amiga, dou-vos o exacto "timing" em que começa a parte importante (depois da virtuosa interpretação de duas peças). (Se não tiverem paciência) saltem para o instante 13:30, em que Jennifer Lin, com apenas 14 anos (porque é que não me surpreende que seja japonesa? :) ), fala sobre o processo que utiliza para compor - que designa como "think and flow".

É este processo criativo que mais me interessa, no qual me parece encontrar em tudo uma semelhança com o que nós - arquitectos - designers, ou qualquer outro "actor", "autor" - fazemos. O modo como partimos de algo "abstracto" (porque um programa no máximo traduz-se num organigrama, e nunca num projecto), e desenvolvemos uma ideia - "o conceito" (esse monstro semântico) - que é no fundo, um tema que sintetiza e que nos serve de apoio, para seguir com coerência um certo raciocínio.

Lin confessa que primeiro escolhe um tema que vai orientar a "construção de uma melodia", o desenvolvimento de uma estrutura, numa atitude semelhante a um processo de desenho que, gradualmente, vai apurando a forma, o espaço (musical), "polish(ing) details".
:)
Absolutamente brilhante a parte em que pede a alguem do público a escolha de 5 notas aleatórias que servem de melodia a uma "composição" improvisada no momento.

"She talks about the process of composition and discusses the state of flow, when she can improvise beautiful music instantly -- a state of mind that cannot be forced. Lin invites audience member Goldie Hawn to choose a random sequence of notes, from which she improvises a beautiful and surprisingly moving piece, known to draw tears even via podcast."

É obvio que a arquitectura não se pode apenas basear em "flows" (se calhar pode, se forem "flows" maduros. :) ), mas é esta frescura, liberdade, desprendimento, sem estar presa a "formas", "imagens", onde parece residir a essência da originalidade. Acho que podemos tirar daqui alguma coisa.

10.4.08

ahah

De vez em quando, recebo uma newsletter do Cotonete. Por norma, nunca nada traz de jeito ou diz de relevante, mas desta vez, ahah, delicioso.

Coldplay dão sono

É exactamente o que eu ando a dizer há muito tempo... lol

para a joana (e o mundo). com amor. II

Segundo a joana, no devaneio brilhante sobre cinema e arquitectura e as vantagens da sua reciprocidade, em tom de crónica do que se passou no seminário , os filmes imperdíveis pela "interessante relação arquitectonicocinematográfica" são (pela sugestão do arq. Manuel Graça Dias):

PLAYTIME, Jacques Tati
METROPOLIS, Fritz Lang
BLADE RUNNER, Ridley Scott
PULP FICTION, Quentin Tarantino
NORTH BY NORTHEAST, Alfred Hitchcock
2001 : A SPACE ODISSEY, Stanley Kubrik
WEEKEND, Jean-Luc Goddard


Dou a mim (mesma) (mesmo!) a liberdade de acrescentar ao top 7:
CARO DIARIO, Nanni Moretti.
:)





(para nao estar a encher isto de videos, digo apenas que está mais um aqui). :)

Podes encarar também a utilização do cinema/video não só "como mais uma forma de representação", mas também como dado importante no processo criativo... em que os filmes são as tuas viagens - físicas ou apenas mentais.

9.4.08

está bonito.

Reportagem da Al Jazeera
José Sá Fernandes, vereador da Câmara Municipal de Lisboa, é o protagonista de uma reportagem da cadeia de televisão árabe Al Jazeera , que apresenta Portugal como «um dos países mais pobres da Europa» e a «corrupção» como causa do seu atraso.

"and we all know how hard it is to find a cat that jumps, nowadays"

Apresento-vos o Dudas - amigo que adora gatos, e que em tempos, acolheu no seu blog, a fim de alguma "satisfação perversa", uma troca de palavras, opiniões e considerações sobre importantes coisas que algo tinham a ver com historia, arquitectura e cidade, nunca tendo eu muito bem entendido como vestígios de tão saudável discussão desaparecerem da face da terra.
:)
Quando não está ocupado em causar polémica, produz curtas, sob o título Megecatt. :) (E aposto que nem mesmo nesta se livra dos protectores dos animais). lol
Esta é, na minha opinião, o (teu) melhor exemplar.

conselhos à navegação.



Para quem (tal como nós) tiver a feliz ideia de ir à Casa de Chá da Boa Nova, em Leça... lembre-se que há tantas e tão mais divertidas coisas para fazer por lá, do que apenas tomar chá naquele edifício bonito de desenho cuidado.







P.S Apenas válido (assim o espero) para esta semana de céu tão agressivo.
Tentem, por favor, não atolar (tal como nós) o carro.

8.4.08

"custo de oportunidade"




" da conversa, ao balcão, já noite dentro, saiu uma conclusão simples:
na nossa geração a facilidade de acesso a mais pessoas, mais amizades, sitios e momentos, no fundo, o acesso a mais escolhas, implica uma necessidade de estar constantemente a optar entre pessoas: estar com alguém, implica, muitas vezes, deixar de estar com outras pessoas (porque há mundos diferentes, horários trocados e posturas incompatíveis).
assim, sendo muito pragmático e muito pouco romântico,
o que nos leva a optar por alguém é o seu custo de oportunidade.
no fundo, é porque, além do sentimento, essa pessoa dá-nos mais do que tudo o resto que poderíamos fazer, viver e sentir noutro local, com outras pessoas, naquele exacto momento.
e o mais ingrato - e duro - desta forma de viver é o facto de acabarmos por estar permanentemente a cobrar aquilo que deixamos de fazer para estar com quem escolhemos. e ingrato também, quando só uma pessoa tem de concorrer com todos os outros pedaços de céu de quem prescindimos.
mas, por estar sempre em exame, é muito mais sincera e pura, a opção por alguém.
porque todos os dias ficamos a saber o quanto somos para quem nos acompanha.
por muito mal que pareça dizer, são mais sinceros, o amor e a amizade, quando são racionais.
e feitos de opções de valor. valor relativo, e não absoluto. "
in

(suspiros por dias completos, em graz.)



7.4.08

já não há Beirut, mas há Caramel.



Não perco esta semana Caramel no Cidade do Porto. 
Não vou ao cinema há algum tempo, e tenho alguma curiosidade em ver esta produção franco libanesa, de Nadine Labaki. Sobre mulheres... vidas comuns, espelhadas nas contradições da própria sociedade, no que (maioritariamente) a elas diz respeito.

"Caramel respira colorido y sensualidad en cada fotograma. Su directora, guionista y protagonista, Nadine Labaki, se encarga de transmitirnos a través de las historias cotidianas de cuatro mujeres de distinto estrato social y cultural, una realidad del Beirut actual desprovista de violencia y marcada por la mezcla de tradición y modernidad. En el microcosmos de un salón de belleza se entrelazan las vidas de estos personajes dispares en edad e inquietudes, que comparten momentos de auténtica comedia y sugieren sutilmente otros algo menos dulces con ingenuidad y frescura."

"Serán las confidencias de mujeres que comparten sueños, frustraciones y alegrías al calor del caramelo acitronado con el que desnudan la piel de su vello en oriente las que den estructura a una cordialísima y divertida comedia que, no obstante, tampoco oculta el drama y las miserias que se viven en la trastienda de una sociedad pretendidamente liberal pero sujeta aún a ataduras tan correosas como aparentemente intangibles."
in


6.4.08

devaneio do "dia".


*

Sobre a viagem na perspectiva da procura de uma satisfação projectada em algo que não se conhece,... ontem alguém disse que "os lugares mais fantásticos estão cá dentro".

4.4.08

<3



Se não foi Amor o que aconteceu hoje na esmae... alio -me à razão atraiçoada pelos sentidos, e deixo de acreditar que ele existe.

3.4.08

psicografias.






*

Tenho-me sentido assim... imune. a tudo. a todos.
Pairo, gravito, flutuo. Intocável e incapaz de tocar, dentro de uma esfera/membrana/pele/o que seja, feita de nada.
Há dias em que me pergunto se perdi a capacidade de me emocionar, de me envolver, de sentir. não me lembro há quanto tempo perdi a "máscara".
não me dou ao trabalho de a vestir a cada dia... mas também nunca a tiro.



(vou dormir.)
amanha vai ser um dia bonito.

2.4.08

AdA festival . Action in (and out) the Box.



O quê?
AdA é um festival europeu de artes performativas que cruzam a fronteira entre artes visuais, música, dança e teatro.

Onde?
Porto (1ª edição).

Quando?
10 a 12 de Abril.

Como?
Aberto a diferentes formas de expressão artística - "porque acredita na arte enquanto linguagem universal em progresso permanente e (que) a performance permite-nos expressar as ideias de forma mais imediata" - e a um público generalizado e de forma massificada, uma vez que grande parte das acções acontecerão em espaço públicos, e pedirão a participação activa das pessoas.

Em forma de viagem, "Esta é uma redescoberta da cidade, dos seus pontos-chave como a Praça da Liberdade e da Batalha, e das suas áreas naturais como o Jardim do Palácio de Cristal e a praia na Foz, mas também pátios e caminhos escondidos na Ribeira."

De certo modo, faz-me lembrar o 1º ano das aulas do Graça Dias, em que suportados n'As Cidades Invisíveis, nos convidavam a intervir no Porto, construindo um filme numa parte da cidade, através da sugestão de um percurso e de uma história.


Porquê?
Quem assistiu ás aulas do prof. Manuel Mendes sabe perfeitamente, e de cor e salteado que "Space is the appreciation of it" (por Aldo van Eyck) ; e quem assiste ás do (já professor) Gadanho, que "Perception asks for Participation" (por alguem que n me recordo).
:)

Quanto?
Gratuito.


Programa para os 3 dias aqui.




Como abertura do festival, no dia 10, pelas 18h e na Reitoria da UP, a Conferência PAST / ACTION / CUT! que pretende abrir um momento de crítica e reflexão sobre "O passado, presente e futura das Artes Performativas e a sua Documentação".
Qual é a obra final? A acção naquele exacto momento? Ou, o vídeo/foto capturada durante a performance?
Como é que o meio envolvente – a rua ou a galeria – altera o conceito da acção? Terá ainda o mesmo significado usar os espaços abertos para desempenhar, como no passado?
O que aconteceria se uma performance do passado acontecesse hoje?

são só algumas das questões que se pretendem responder, ou na impossilibidade disso, apenas discutir.


Paralelamente, e inaugurada no dia 27 de Março no Plano B, está já presente a Exposição Action in the Box, patente até ao data de fecho do festival.

"A Exposição Action in the Box, redescobre a relação entre acção e a sua documentação apresentando vídeos de participantes do AdA festival em acção.
A acção, momento de expressão livre, capturado pela câmara, será colocada dentro da caixa: a caixa, o espaço da galeria muitas vezes denominado white cube, mas também a caixa como a tv, o computador ou o leitor de dvd.