30.5.08

cat power é amor. II

Só para que fique bem especificado que foi muito para além de tudo o que foi aqui dito, e do que possa alguma vez ter sido dito em sítio/momento algum.
Apesar de tudo, da distância, da memória da máquina ter decidido morrer precisamente nesta música, da minha incapacidade de manter certo rigor e imparcialidade na avaliação do vídeo em questão, de ainda não ter conseguido ouvir outra voz desde que saí daquela sala... Apesar de tudo isso, considero que esta lived in bars, tão (adjectivo que me escapa) é o meu melhor testemunho.



(Os restantes vídeos encontram-se no youtube.)

29.5.08

iHam.

Para o francisco, que gosta de estar sempre actualizado.
:)

chan marshall é amor. coliseu do porto também.

*


*

não sei do que gosto mais...
se do jeito desconchavado a dançar... mas de um modo que me parece totalmente perfeito..
se dela a correr no palco para, conseguir deslizar com os pés no chão,...
se do modo como mais sussura do que canta...
se do que provoca em mim o ouvi-la a dizer daquela maneira incrível "(i lost) Sooomeone".
as expressões brutais que faz quando se curva... quando se "contorce".
quando ela apanha o cabelo.
o modo como entra.. docemente, dentro.. e me abraça.


sei do que não gostei tanto.
o tom quase "linear" (demasiado coerente) entre os outros álbuns e este último. (A "moon" e "lived in bars" resultou, " a "greatest" mais ou menos, e a "Where is my love" não resultou.(ponto) )
por outro lado, é bom ouvir estas versões com uma nova roupagem, pensar que são músicas vivas, em mutação.

e sei do que não gostei nada.
o pensar que naquele momento dava o dobro do preço do bilhete, para ficar num lugar onde conseguisse, pelo menos ver-lhe com clareza as feições.
de não poder estar na plateia, para onde ela (depois de a meio de uma música pedir para acenderem as luzes), se dirigiu, violando todas as barreiras... entrando pelas filas de cadeiras dentro.. deixando toda a gente perplexa...e quase desenfreada. (pessoas a invadir o palco..)... houve ali um momento de calor espontâneo. :)
uma despedida que demorou imenso, quase demasiado tempo - ela a dançar (sem música), a atirar rosas (brancas, amarelas?) ao público, até a levarem para dentro. :)
(Esta descrição do Blitz, sobre o concerto em Lisboa (2 dias antes) retrata o que se passou na perfeição,. :) "Dizer adeus foi-lhe complicado: Cat Power parecia mesmo incapaz de virar costas ao público, retribuindo cada aplauso com uma pirueta, uma vénia repenicada, simulacros de sapateado, ainda mais vénias e continências.")


(e apesar da minha pouca memória... consegui filmar!! :) Tenho de passar para o computador. Sim SIM! :) ahhh... agora que revejo os vídeos, o concerto parece-me aind mais perfect do que foi. :) )

28.5.08

para o dudas, que amanha vai percorrer todos os cafés da Invicta.

Take One - Lisboa, COliseu dos Recreios, 26.Maio.2008



Take Two
- Amanhã. no Coliseu do Porto.
Esperam-se pessoas expostas, despidas, viradas do avesso.

27.5.08

wasabi.


Wasabi, luc besson.

Porque, para terem uma pequena noção, o fi é uma menina. :)
Não é preciso dizer quem, aqui, faz de quem. ahah

26.5.08

resultados concurso fotografia faup.

Parabens ás seguintes pessoas. :)

1º Classificado - Guillaume Pelé
2º Classificado - Márcio A. Campos Meireles
3º Classificado- Tiago António Ferreira Pereira
Menção Honrosa - Filipa Raquel Rodrigues Lima da Costa
Menção Honrosa - Luis Emanuel Melo Leite
Menção Honrosa - Armando Augusto Dias Castro Bento

As restantes seleccionadas para a exposição, aqui.

"purezas".


*
(...) o budismo é tanto «religião» como o vegetarianismo é «alimentação». Todos lhe louvam a «pureza» e essas merdas, mas depois vai-se a ver e é tudo «substituído» por soja.
in

Eu própria já "tentei", durante uns meses, ser "vegetariana". As posições dividem-se entre as superficiais (que são uma chatice) extremamente éticas (e/ou hipócritas) do "somos o único animal que não respeita outros animais" (o que é profundamente falso); e a facções "mais" científicas que se dividem na discussão de que é uma vida com maior ou menor qualidade. Eu própria não sou vegetariana, mas cada vez me vejo comer menos carne - porque sim, é mais saudável, é mais barato - e por, razões obvias de desabituação, vou sentindo cada vez menos necessidade.
Acho que tudo tem a ver com excesso - uns cometem-no por adicção, outros por subtracção/negação.

check-out.


*

lista para noite (quase) perfect.

sushi. - check
vinho bom. - check x2
ver quem poe wasabi o mais e mais discretamente no prato dos outros - check. :)
conta inacreditável.. (ponto directamente consequente do nº 2.) - check.
tentar engatar pessoas solitárias nas mesas próximas - check.
rotina n"o mais velho" - check.
conhecer o irmao gemeo do devendra banhart - check!!!
ir ao piolho para encontrar as pessoas mais inesperadas - check.
re-carregar o tlm from the heart - check.
gastar o saldo pq pessoas "from the heart" são viciantes - check.
plano b agressivo - check.
pequeno-almoço - check.
chegar a casa e ficar horas na conversa - check.
acordar e trabalahr - ...

(podes completar). :)

25.5.08

walter salles. cafe de los maestros.




n consegui deixar de me lembrar deste anuncio tão perfeito, com uma monica bellucci tão tão perfeita.

23.5.08

raridades.

quando se juntam coisas, pessoas, talentos raros..... em momentos raros. tudo é raro. até os videos "em condições".

mirrorcities.



"Os antigos construíram Valdrada nas margens de um lago com casas todas varandas umas por cima das outras e ruas altas que fazem assomar à água os parapeitos em balaustrada. Assim o viajante ao chegar vê duas cidades: uma direita sobre o lago e uma reflectida de pernas para o ar. Não existe nem acontece coisa numa Valdrada que a outra Valdrada não repita, porque a cidade foi construída de modo que todos os seus pontos fossem reflectidos pelo seu espelho, e a Valdrada na água contém não só todas as estrias e os remates das fachadas que se elevam por cima do lago, mas também o interior das casa com os tectos e pavimentos, a perspectiva dos corredores, os espelhos dos armários.
Os habitantes de Valdrada sabem que todos os seus actos são ao mesmo tempo esse acto e a sua imagem especular, a que pertence a especial dignidades das imagens, e esta sua consciência proíbe-os de se abandoarem por um só instante ao acaso e ao esquecimento. Mesmo quando os amantes dão voltas aos corpos nus pele contra pele procurando a maneira de se colocarem para ter um do outro maior prazer, mesmo quando os assassinos empurram a faca para dento das veias negras do pescoço e quanto mais sague grumoso jorrar mais afundam a lâmina que desliza entre os tendões, não é tanto o seu unir-se ou trucidar-se que importa quanto o unir-se ou o trucidar-se das suas imagens límpidas e frias no espelho.
O espelho ora aumenta o valor às coisas, ora o nega. Nem tudo o que parece valer muito por cima do espelho consegue resistir quando espelhado. As duas cidades gémeas não são iguais, porque nada do que existe ou acontece em Valdrada é simétrico: a cada rosto e cada gesto respondem do espelho um rosto ou um gesto inverso ponto por ponto. As duas Valdradas vivem uma para a outra, olhando-se continuamente nos olhos, mas não se amam."
Cidades Invisíveis, Italo Calvino.










Mirrorcities, aqui retrata as diferenças entre duas cidades tão iguais - semelhanças paradoxais entre duas cidades tão opostas.

21.5.08

só para o Gadanho.

estou na Wikipedia.
ahah
:D

(obrigada, roger.)

OH. apagaram-me....

20.5.08

fiery furnaces.




Melhor exemplo para aquela célebre - e batidíssima - expressão de Pessoa "Primeiro estranha-se...depois entranha-se", que Fiery Furnaces ?!


Esqueçam isso. Não existe.
(ninguém me tira a convicçao de que o Bitter Tea, de 2006, é genial.)

Só no outro dia soube que tinham um "novo", (cof), de 2007 - "Widow City". Precisei de bem menos tempo para o "mastigar"; e o efeito que tem em mim descreve-se numa palavra - LOOP - (repetição.. cada vez mais-que-perfeita).

bruce nauman.



Bruce Nauman’s installation of three fountain sculptures The One Hundred Fish Fountain is made up of ninety-seven cast bronze fish spurting water from punctured holes. The water is collected in a large basin below and then pumped back through tubing. But there is nothing peaceful about this water feature. The fish fill noisily with water, then spray it out angrily until the pumps are turned off and the remaining water drips out during the ensuing silence.
in

A conferir, até 6 de Julho, em Serralves.

19.5.08

human/living camera.


Lembro-me do meu professor de desenho do 1º ano falar sobre (não tenho certeza se era sobre este) - isto. Um miúdo autista que desenhava, de memória, com uma quase precisão fotográfica.

Stephen Wiltshire did not speak his first words "pencil" and "paper" until he was 5. Yet, when he was 11 he drew a perfect aerial view of London after only one helicopter ride. For this film we're testing the "Living camera" in Rome.

how to draw a perfect circle.





O que têm em comum «Elephant», de Gus Van Sant, «As virgens suicidas», de Sofia Coppola, «Felicidade», de Todd Solondz, ou «Passe ton bac d´abord», de Maurice Pialat?


Todos eles são pistas cinematográficas para o novo filme de Marco Martins: a primeira longa-metragem depois de Alice - How to Draw a Perfect Circle - a estrear em 2009.
Está lá a Beatriz Batarda, o Gonçalo Waddington, (e Nuno Lopes, que faz uma figuração mínima: Marco Martins diz que "está lá tipo Hitchcock, a passar,...").
Ao contrário da imagem "urbana" de Alice, este é sobretudo, um "filme de interiores - passado dentro de casas, que encerram relações e muitas tensões; mundos perfeitos que se revelam, afinal, prisões, uma história de amor entre dois irmãos gémeos, tão triste como a adivinhamos desde logo"(Marco Martins).
(Dizem que o "irmão" (rafael Morais, de 18 anos) vai ser a próxima revelação.)

E é esta a minha aposta para filme do ano. (Mas parece-me que alguém mo vai ter de enviar... que não me soa que passe na Austria).

17.5.08

wristcutters. a love story.





"Who the hell wants to be stuck in a place where you can't even smile?"

Deste filme de Goran Dukic gosto-lhe da leveza e do despretensiosismo. (O suicídio aqui (livre de qualquer drama) é apenas o pretexto para perceber como pessoas desperançadas tentam preencher uma vida que pensavam terminada - e que, ironicamente se prolonga num mundo árido destinado aos suicidas -, e como, progressivamente, ao longo de uma "viagem", vão-se tornando capazes de encontrar formas de preencher o vazio que sentiam e quase (re)descobrir a vontade de viver.)
Gosto-lhe das piadas non-sense (porque depois de morto, nada pode piorar). Da quase "obsessão" de uma das personagens por vandalizar todos os sinais gráficos/cartazes, e lhes subverter a mensagem. Da música de Gogol Bordello, que não me sai da cabeça. :) de Tom Waits....
Até lhe gosto do final, que noutra circunstância acharia "demasiado feliz", mas que aqui não ficaria bem de outro modo.


16.5.08

ahah II.

A imprensa da indústria musical é a melhor coisinha. Depois de uma :)
- e também depois de o Marco Paulo ter esta semana "arredado" a Madonna do 1º lugar (se alguem souber quem raio é o Ursinho Gummy, por favor explique-me) -
aqui está outra muito boa.
:)


Correcção: ...introduzi no You Tube as palavras "Ursinho Gummy". ... estou em choque. nao sei o que dizer. é uma especie assustadora.

15.5.08

imaginarius. teatro de rua.



8ª edição do Imaginarius, em Santa Maria da Feira, começa hoje a:
"acolher e a lançar, a par das produções das maiores companhias de teatro de rua do mundo, artistas pouco conhecidos e a produzir autonomamente projectos seus, renovando o seu compromisso com a região através de iniciativas que envolvem directamente a comunidade, bem como desenvolvendo ainda uma investigação sobre o espaço urbano a partir de projectos entregues a artistas plásticos e de uma janela aberta para a arquitectura."

Para além do programa que se (ou melhor nao se) espera para teatro de rua (e que hoje vou confirmar. :) ) , está agendada para o ultimo dia (Sábado), uma conferência com os arquitectos Álvaro Siza e Souto Moura. 


Os arquitectos Álvaro Siza e Souto Moura são os convidados do Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira para dar início a uma reflexão sobre arquitectura enquanto primeira forma de arte pública. A conferência ‘Pensar espaço público, Desenhar contexto urbano, Construir cidade’ realiza-se no próximo sábado, dia 17 de Maio, pelas 17h00, na sala de leitura da Biblioteca Municipal e conta ainda com a participação do crítico e professor da Universidade Columbia, em Nova Iorque, Yehuda Safran. A entrada é livre.
in

14.5.08

how to become a child. (formigueiros e borboletas incluídos).



could we have a seat.
why yes be my guest.
you can hold my hand.


Só para causar alguma inveja, só tenho a dizer que JÁ! temos (informação dada á joaninha em primeira-mão) bilhetes para o concerto do Ano. :)
Eu sei que naquela sala, enquanto ela me pega na mão, me vou apaixonar vezes e vezes sem conta. Morrer, renascer, levitar e cair.
Tudo no espaço (tempo) de hora e pouco.

13.5.08

(my) blueberry nights.



katya (cat power) - You still got the keys?
jeremy (jude law) - Yes, i always remember what you've said, about never throwing them away. About never closing those doors forever. I remember.
katya - Sometimes, even if you have the keys those doors still can't be opened. Can they?
jeremy - Even if the door is open, the person you're looking for may not be there.”


dizem
que não é o mesmo Wong Kar Wai. dizem que os diálogos são supérfluos e muitas vezes insípidos. dizem que lhe falta intensidade. que os planos através do vidro do café é um recurso levado á exaustão. dizem que a maior falha é o facto da personagem principal (Norah Jones) não apresentar qualquer evolução.
se querem saber. estou-me . a . cagar . para . a . norah . jones.


só gostava de saber o seguinte:
quem se lembrou de que a chan marshal seria uma ex-namorada russa. russa?!...
e quem cometeu a proeza extraordinária de traduzir o nome do filme, para "o sabor do amor". o sabor?!.. do amor?!...
é que ambos não são raciocinios imediatos. é preciso ter uma certa perspicácia.

only skin.



Esta música é épica em muito mais do que os 16 minutos e 53 segundos em que se constroi. É também a declaração de que, afinal, o subterfúgio em que as letras "anglo-saxónicas" se escondem para se desculparem do vazio em que mergulham (ou mais flutuam) - o mesmo pressuposto que leva algumas pessoas a acreditar que a "dificuldade de expressão" é uma característica portuguesa - não passa disso, um escamoteamento da falta de talento.
A escrita da Joanna Newsom é quase palpável, da densidade que tem. Conta histórias que passam por todos os estados químicos e físicos. Dilui-se, explode; ronda o etéreo e o incrivelmente sólido - tão pesado que esmaga. De tão fluida e poderosa, sinto dificuldade em ouvi-la de outro modo que não seja inteiro.



And there was a booming above you
That night, black airplanes flew over the sea
And they were lowing and shifting like
Beached whales
Shelled snails

As you strained and you squinted to see
The retreat of their hairless and blind cavalry

You froze in your sand shoal
Prayed for your poor soul
Sky was a bread roll, soaking in a milk-bowl
And when the bread broke, fell in bricks of wet smoke

My sleeping heart woke, and my waking heart spoke

Then there was a silence you took to mean something:
Mean, run, sing
For alive you will evermore be
And the plague of the greasy black engines a-skulkin'
Has gone east
While you're left to explain them to me
Released from their hairless and blind cavalry
With your hands in your pockets, stubbily running
To where I'm unfresh, undressed and yawning
Well, what is this craziness? This crazy talking?
You caught some small death when you were sleepwalking

It was a dark dream, darlin', it's over
The firebreather is beneath the clover
Beneath his breathing there is cold clay, forever
A toothless hound-dog choking on a feather

But I took my fishingpole (fearing your fever)
Down to the swimminghole, where there grows bitter herb
That blooms but one day a year by the riverside - i'd bring it here:
Apply it gently
To the love you've lent me


While the river was twisting and braiding, the bait bobbed
And the string sobbed, as it cut through the hustling breeze
And I watched how the water was kneading so neatly
Gone treacly

Nearly slowed to a stop in this heat
- frenzy coiling flush along the muscles beneath

Press on me: we are restless things
Webs of seaweed are swaddling

You call upon the dusk
Of the musk of a squid
Shot full of ink, until you sink into your crib
Rowing along, among the reeds, among the rushes
I heard your song, before my heart had time to hush it!
Smell of a stone fruit being cut and being opened

Smell of a low and of a lazy cinder smoking


And when the fire moves away
Fire moves away, son
Why would you say
I was the last one?

Scrape your knee; it is only skin
Makes the sound of violins
When you cut my hair, and leave the birds the trimmings
I am the happiest woman among all women


And the shallow
Water
Stretches as far as I can see
Knee-deep, trudging along
A seagull weeps; "so long"

I'm humming a threshing song
Until the night is over
Hold on!
Hold on!
Hold your horses back from the fickle dawn

I have got some business out at the edge of town
Candy weighing both of my pockets down
'Til I can hardly stay afloat, from the weight of them

(and knowing how the common-folk condemn
What it is I do, to you, to keep you warm
Being a woman, being a woman)

But always up the mountainside you're clambering
Groping blindly, hungry for anything:
Picking through your pocket linings - well, what is this?
Scrap of sassafras, eh sisyphus?

I see the blossoms broke and wet after the rain
Little sister, he will be back again
I have washed a thousand spiders down the drain
Spiders ghosts hang soaked and dangelin'
Silently from all the blooming cherry trees
In tiny nooses, safe from everyone

- nothing but a nuisance; gone now, dead and done
Be a woman, be a woman!

Though we felt the spray of the waves
We decided to stay till the tide rose too far
We weren't afraid, cause we know what you are
And you know that we know what you are

Awful atoll
O, incalculable indiscreetness and sorrow!
Bawl, bellow:
Sibyl sea-cow, all done up in a bow

Toddle and roll;
Teeth an impalpable bit of leather
While yarrow, heather and hollyhock
Awkwardly molt along the shore

Are you mine?
My heart?
Mine anymore?

Stay with me for awhile
That's an awfully real gun

I know life will lay you down
As the lightning has lately done

Failing this, failing this,
Follow me, my sweetest friend
To see what you anointed in pointing your gun there

Lay it down! Nice and slow!
There is nowhere to go, save up
Up where the light, undiluted, is weaving in a drunk dream

At the sight of my baby, out back:
Back on the patio watching the bats bring night in
- while, elsewhere, estuaries of wax-white
Wend, endlessly, towards seashores unmapped

Last week our picture window produced a half-word
Heavy and hollow, hit by a brown bird
We stood and watched her gape like a rattlesnake
And pant and labour over every intake

I said a sort of prayer for some sort of rare grace
Then thought I ought to take her to a higher place
Said: "dog nor vulture nor cat shall toy with you
And though you die, bird, you will have a fine view"

Then in my hot hand
She slumped her sick weight
We tramped through the poison oak
Heartbroke and inchoate

The dogs were snapping
So you cuffed their collars
While I climbed the tree-house
Then how I hollered!
Cause she'd lain, as still as a stone, in my palm, for a lifetime or two

Then, saw the treetops, cocked her head and up and flew
(while, back in the world that moves, often
According to the hoarding of these clues

Dogs still run roughly around
Little tufts of finch-down)

The cities we passed were a flickering wasteland
But his hand in my hand made them hale and harmless
While down in the lowlands the crops are all coming;
We have everything
Life is thundering blissful towards death
In a stampede of his fumbling green gentleness


You stopped by, I was all alive
In my doorway, we shucked and jived
And when you wept, I was gone:
See, I got gone when I got wise
But I can't with certainty say we survived


Then down, and down
And down, and down
And down, and deeper
Stoke without sound
The blameless flames
You endless sleeper

Through fire below, and fire above, and fire within
Sleeped through the things that couldn't have been if you hadn't have been


And when the fire moves away
Fire moves away, son
Why would you say
I was the last one?

All my bones they are gone, gone, gone
Take my bones, I don't need none

Cold, cold cupboard, lord, nothing to chew on!
Suck all day on a cherry stone

Dig a little hole, not three inches round
Spit your pit in the hole in the ground
Weep upon the spot for the starving of me!
Till up grow a fine young cherry tree

Well when the bough breaks, what'll you make for me?
A little willow cabin to rest on your knee
What'll I do with a trinket such as this?
Think of your woman, who's gone to the west

But I'm starving and freezing in my measly old bed!
Then i'll crawl across the salt flats to stroke your sweet head
Come across the desert with no shoes on!
I love you truly, or I love no-one


Fire
Moves
Away

Fire moves away, son
Why would you say
I was the last one?

Clear the room! There's a fire, a fire, a fire
Get going, and I'm going to be right behind you
And if the love of a woman or two, dear,
Couldn't move you to such heights, then all I can do
Is do, my darling, right by you


Quanto mais a ouço, mais lhe descubro momentos perfeitos.
"come across the desert with no shoes on"... é bonito e intenso. :)
(E estou com uma vontade louca de cobrir tudo a azul).

12.5.08

hyperspace.


*

os panos, telas, momentaneamente confortáveis e que provisoriamente serviam de parede estão gastos, rotos.
o exterior é desfocado.
o interior, apenas cacos. ca(c)os.

semana power.





semanas em que nos sentimos capazes de fazer tudo. de desafiar a elasticidade temporal. de desafiar os passos e as coordenadas que medem o próprio espaço. de desafiar redes de segurança.
sem qualquer defesa.
no final, esta acaba sempre por se manifestar, por alguma coisa que suspeito ter a ver com equilíbrio. físico e mental. não sei em que quantidades. não sei qual é mais pesado, qual é mais dificil de controlar, de manter, de suportar, de fazer desaparecer.
amanha é segunda. não consigo deixar de ouvir esta voz interior que me pergunta.. "where are you going?".

7.5.08

psicografias II.


*

existem diferentes formas de encarar/lidar com as "divergencias" interiores. diferentes niveis de fraquezas e dor.
emoçoes que se guardam e escondem. outras, que pelo insuportável que tornam a convivência, se atiram, na esperança que desapareçam.
há ainda aquelas que se misturam e diluem numa solução homogénea de uma amálgama de "ressentimentos".
admitindo que todos temos estas camadas, mais ou menos dissimuladas, mais ou menos aparentes, pergunto-me se a manifestação da dor é afinal, um modo de egoismo ou de humildade. egoismo porque se torna a fórmula ego-perfeita para a absolvição de erros, para a negação desta bipolaridade humana colectiva. humildade porque indicia um estado de partilha, de aceitação. de abertura.
ou talvez isto seja apenas um possível resultado muito parcial de um entendimento muito reduzido de nada em concreto.

lisboa, amanha.



(Lovebirds, lido e escrito aqui.)

6.5.08

pina bausch.



"O que me interessa não é como as pessoas se movem, mas sim o que as move. (...) Os temas permanecem os mesmos; o que muda são as cores" , Pina Bausch

De 7 a 9 de março, Pina Bausch no CCB e no Sao Luiz. :)

3.5.08

convicções(?) políticas.



Para quem não entende nada de política, como eu, - através de uma série de perguntas (não chegam a ser questões) empíricas - dou a oportunidade de ficar a perceber de que lado uma pessoa posiciona as suas convicções.

o meu resultado é este. pelo que parece sou de esquerda. não sei o que pensar sobre isto.