24.5.09

entretanto...


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Depois de me enfiar e dançar de modo desenfreado como há muito não havia semelhança no SpringFestival (que, para quem não esteve atento, avisa-se que foi, em Graz, durante 4 dias, a "cena" do ano)... sei que o próximo passo é esperar por ti. Tens sempre aquela capacidade de superação. Ou salvação, como lhe quisermos poeticamente chamar. :) Por sintéticas palavras... preciso de ti e sinto isso muito à flor da pele.

23.5.09

mysterys jets: young love.

Adoro pessoas parvinhas. E eventualmente, ocasionalmente, músicas para momentos em que não seja requisitado muito esforço mental.

22.5.09

new ways to get ourselves. maybe home.


Não há milagres e isto é tudo muito fácil (embora sendo na verdade relativamente complexo). Ou nos mexemos, e o que capto em primeiro plano é o som compassado dos meus passos (no limite, naquele soalho da minha sala muito barroca que range e ameaça o limiar de pulsão de cada "peça" de madeira) ou a voz que sempre que se faz ouvir reverbera interiormente dez vezes mais, (para não falar do acto de mastigar). Ou, num outro nível opcional, podemos parar, membros rendidos à gravidade, e tudo que obtemos é uma invasão sensitiva muito desconhecida e experimental. Na verdade, - diga-se -, pode-se tornar tudo muito agressivo. Não sei se o que capto mais intensamente é o agora (muito) verde de um outrora negro e indivisível vulto de ramos e troncos e folhas, se os guinchos estupidamente elevados de pássaros em competição (que cuja saudação à humanidade, noutro qualquer momento do dia, receberia de bom grado), se a relva húmida na qual me enterro, e me parece ainda mais verde e longa e fina que o habitual. Com os músculos, muito direitinhos e imóveis, o que se passa diante de mim é um desfile de vaidades, cada um esbofeteia o outro e ganha uns quantos centímetros. Tudo cada vez me parece ainda mais verde, mais ensurdecedor, húmido e intensivamente olfactivo. Talvez seja o instante em que percebemos que, num mundo real, seja o momento de voltar para casa.

15.5.09

pladur nem sempre é leve.


1º prémio Pladur, ETSAB

Parabéns, Sr. Cruz. Agradece-se a companhia e "chão" em Barcelona. :)

2.4.09

Budapeste.



O zsimpla situa-se no bairro judeu e é daqueles sítios o"k"upados em que através de uma entrada bastante duvidosa, constituida por aquelas tiras de plástico que dividem a zona da charcutaria nos hipermercados, se abre numa sucessão interminável de espaços "aleatorimente" distribuidos, circunstancial e caoticamente adaptados e decorados com todo o tipo de mobília que se pode encontrar no mercado do outro lado da rua. Onde até a antiga casa de banho serve de espaço útil e as pessoas se sentam na banheira. Onde a cobertura é um plástico estendido sobre as paredes que continuam curiosamente erguidas, apesar da altura ser muito variável a cada meio metro de comprimento, e que no Verão é retirada. Onde o desleixe é só aparente, e a forma como lida com a precariedade é de um charme brutal.
Budapeste está povoada de sítios geniais, como aquele bar em que te oferecem "alfinetes" e todas as superfícies estão cobertas de tudo o que as pessoas possam eventualmente trazer na carteira. Para não falar dos amendoins oferecidos, cujas cascas são atiradas para o chão - acto que, para quem vem da Austria, diga-se, é bastante liertador -, fazendo com que seja impossível distinguir de que é revestido o pavimento. Como aquele miradouro em que subimos para lá ficarmos "horas". Como aquele bar cheio de brinquedos dos anos 20 e fotografias antigas na parede, enquanto que as mesas em que pousávamos os copos se vestiam de toalhas de um padrão tradicional encarnado.
Numa casa de banho havia um cartaz que dizia: "If you're bored, it's not our fault. Budapeste".
A cidade vive muito. Eu também vou viver o bastante para lá voltar.


© the build up