15.3.09

"a escala das coisas".


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Como tudo muda, quando muda a referência... As coisas são aquilo que as rodeia. Mudem o contexto e mudaremos, mudem a sociedade/rede social e seremos solitários ou populares, seremos valiosos ou anónimos, seremos grandes ou pequenos.... Mudemos de vez em quando e perceberemos o nosso verdadeiro valor.
aprendiz de pedreiro


Erasmus tem sido quase como que um laboratório de experimentação, não só do nosso "verdadeiro valor", mas da capacidade ou força interior que temos para instantanea e forçadamente nos desprendermos das redes que seguram o nosso conforto, e naturalmente aprender a criar outras, novas, com nós e laços desconhecidos. Não há nada mais revelador, do que nos despirmos e nos vermos pelos olhos de alguém que nos examina pela primeira vez. As relações humanas mais débeis, tornam-se subitamente toda a construção emocional possível. De frágeis, subitamente, se convertem sólidas, e, sem darmos conta, na base que nos sustenta e que assegura o nosso não desmembramento quando andamos na rua. Toda a percepção do tempo se dilui... dividindo-se num misto de velocidade frenética, e de espécie de estacionamento imperceptível. O que vivemos aqui não é bem um tempo específico num lugar específico, mas toda uma reavaliação do que somos. Percebemos que o que queremos ser daqui para a frente não é assim tão essencial, desde que consigamos ser sempre, livremente, em qualquer momento. Ao mesmo tempo, não deixa de ser um imenso paradoxo o facto de que por muito que procuremos um conjunto de imagens que hipoteticamente possam servir de síntese, ou de sistematização, estas não deixam de ser já datadas, de tão curtas neste prazo sem validade. No mínimo, se há sentimento que possa condensar alguma coisa, é o de que não há nada mais libertador do que não ter de corresponder a expectativas, de perceber que o importante é entender que as ter/criar/procurar por princípio, não é nada mais do que, para um modo de usar a vida, uma concepção global muito redutora.

2 comentários:

  1. ser referenciado por ti enche-me de orgulho..

    e ainda bem que sentes a confiança infindável de quem não sente o peso da expectativa.
    como diria o agostinho da silva, qualquer pessoa é inexcedível na sua essência. somos à partida perfeitos, seres capazes das maiores proezas e poesias.
    E a existência livre parte da possibilidade de escolha de sermos seres ociosos, fruidores do lazer.

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  2. hoje olhei para a 'tua' cidade.vou entregar a candidatura amanha.

    acho que tenho medo.

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