28.2.08

descentralização.



FINALMENTE... parece que a descentralização é uma realidade em crescimento, e Lisboa deixa de ser o único polo cultural em Portugal. A confirmar isso, as últimas notícias, que vêm comprovar que, finalmente, a Casa da Música, tem alguma relevância na programação nacional...e é uma sala, da qual, finalmente, estão a tirar proveito (para além da programação altamente elitista que tem vindo a ser desenvolvida, da qual o CLubbing é a única (boa) excepção).
Eu que pensava que seria muito dificil superar ou, pelo menos, igualar o ano que passou em concertos.... dos quais retenho na memória a vinda de Architecture in Helsinki, Andrew Bird, CocoRosie, Joanna Newsom, Arcade Fire, Justice, Smashing Pumpkins (depois de tanto tempo), White Stripes, Of Montreal, Hanne Hukkelberg, Go!Team, Au Revoir Simone, Vetiver, Devotchka, Koop, Manu Chao, Pearl Jam, Nouvelle Vague;... e os que vieram a dobrar, como Patrick Wolf(!), Interpol, Gogol Bordello, Bloc Party, Scissor Sisters, Who Made Who, entre outros,...(estou cansada).

Neste momento, consigo, com as mãos a cobrir o rosto - em pânico, antecipadamente, prever os danos que serão causados num futuro muito próximo ao meu bolso, que não consegue eleger prioridades perante uma lista assim. Para uma breve ideia, segue uma pequena amostra do que se passará no Porto. (Desta, fica de fora Patrick Watson, que é em Lx; e Portishead que, por opção, não vou ver...)

14 março. vitalic. casa da musica.
12 abril. the kills. casa da musica.
22 abril. nick cave. coliseu do porto.
30 abril. jose gonzalez. teatro sa da bandeira.
27 maio. animal collective. cinema batalha.
28 maio. cat power. coliseu do porto.
31 maio. young marble giants. casa da musica.
10 junho. feist. coliseu do porto.
22 julho. kings of convenience. casa da musica.


:) A verdade é que se isto já vai assim, e com a anunciação da talentosa Bjork para o Sw, não quero se quer prever os Festivais de Verao. De qualquer modo, traziam-me Radiohead, e eu ficava assim.. grande, gigante, imensa....
p.s. estive quase para escrever. "ficava in rainbows"... mas depois surgiu uma voz dentro de mim a dizer "ó margarida.. q piada /associação tão fácil". mas eu sei q estas vozes interiores são invenções minhas,.. que ninguém ouve destas coisas.

27.2.08

fantas II.


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Parece que a TMN, no âmbito Fantasporto, está a oferecer um curso de Realização na New York Film Academy, a quem, até dia 20 de Março, fizer uma curta metragem até 3 min, com a cãmara do tlm... que será posteriormente avaliada por um jurí, que decidirá qual o mais "fantástico". Agora é uma pessoa esforçar-se por criar a maior "aberração" possível.. e quem sabe, será contemplada. :)

Por mim... enquanto fornecer aquelas gomas azuis em forma de telemóvel (tão kitsch!) que ofereceu na sessão de abertura... já é perfeito. Relativament a essa noite, tirando o simultaneamente cómico e perturbador facto de ficarmos mm em frente de uma coluna... fica registado o discurso do homenageado Max von Sydow, num tom emocionado, numa mensagem politicamente correcta (que fica sempre bem e é sempre bom ouvir (até porque é verdade) )... Qualquer coisa como "Success is about opportunities: about being in the right place at the right moment... about knowing the right people..." Não pude deixar de sorrir ao ouvi-lo e reparar que todas as melhores coisas acontecem, sempre, sem excepção, "por acaso".

"pick" one and run.


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Amanha é a sessão de esclarecimento sobre o Erasmus - assunto porque todos esperamos desde o início, e que esgota até à exaustao as nossas conversas, durante os últimos dias.
As vagas chegam para todos, mas cada sítio só comporta 2, 3... ou 1; e a colocação é decidida pela média de projecto, o que torna quase impossível compatibilizar as opções de todos.

No que a mim diz respeito, algo me diz que vou para o Norte..... :)
A escolha é, em tudo, dirigida pela intuição, uma vez excluídos países que não me motivam: Chile, Argentina, Brasil - demasiado hard core para uma pessoa que quer ficar na Europa -; e Itália - pela não muito boa imagem que tenho do ensino, do qual o mais directo reflexo são os Eramus italianos que cá chegam. Parece-me demasiado teórico, talvez motivado pela parca existência de exemplos de arquitectura "contemporânea" - pelo legado arquitectónico e histórico, as intervenções em Itália são mais centradas na preservação e "recuperação" do património existente, contrariamente ao exemplo das cidades do Norte da Europa, que só muito tarde viram necessidade de expansão - embora a faup seja notória e evidentemente "moderna", e por isso , (como dizem), muitas vezes "castradora", ou "não tão aberta".
Apesar disso, consigo identificar-me bastante, e sentir que - com, todavia, bastantes falhas : das quais uma falta de crítica "com um motor dinâmico" e de um posicionamento perante o que se passa, ao nível de arquitectura ("lá fora" ou não) - sendo resultado mais visível disto o plano de estudos que, praticamente, não evoluiu(!) -, é um ensino com qualidade, e com princípios de orientação muito bem definidos; com um método que, pelo menos, comigo resulta. (porque só uma vez conhecidas as bases e percebendo o que está em questão, podemos criticar) Acredito que se há pessoas que se sentem ou dizem "formatadas", é porque se deixam formatar. ("estilo ortogonal", francisco?!)
Na verdade, o ideal será ter um equilíbrio, entre uma escola exigente, que permita aprender, mas que não seja demasiado "faup", para permitir ter uma vida para além disso. :)

Berlim vs. Copenhaga. - a principal dúvida.
Berlim seria o ideal, mas Copenhaga está ali na charneira, debruçada sobre a Escandinávia.
Se pela língua, a segunda ganha pontos a favor, porque praticamente toda a população fala inglês.... por outro lado, não há protocolo, e seria eu quem teria de se "chegar á frente" e entrar em contacto com a faculdade, para aceitar a minha candidatura e arranjar um aluno para permutar comigo. (isto quer também, obviamente, dizer que não há financiamento; e Dinamarca é um país assim...... caro.) Quanto a primeira... soube no desenrolar dos
ultimos dias que, a corrida ao "posto" está mais renhida que nunca.

Amanhã seguir-se-ão desenvolvimentos sobre o caso....
No que me diz respeito.... Estou preparada para o frio e para as não muitas horas de Sol. (Quanto a esta última questão, o meu organismo está já habituado) :)

25.2.08

legado japones. tokujin yoshikoa.



Designado pela Wallpaper como a personagem do design para 2008, ( é de referir que juri incluiu figuras como Tadao Ando, Wong Kar-Way, e Donatella Versace) , Tokujin Yoshikoa demonstra na sua abordagem conceptual a "simplicidade", clareza e serenidade que sempre caracterizou a cultura japonesa.
Afirmando que Jacques Herzog (arquitecto suíço, do qual partilho o mesmo apreço) é para si uma figura de referência, investiga as potencialidades técnicas e expressivas dos materiais que utiliza, sendo disso exemplares as cadeiras Honeypop (mobiliário de interior) e "chair that disappears in the rain" (mobiliário urbano). Ambas tocam os temas de uma redução/anulação; "dimensional", "material", "visual".  

Honeypop faz já parte das colecções permanentes do MoMA, Vitra Design Museum e Centro Pompidou, e consiste numa construção que parte da bidimensionalidade de camadas de papel sobrepostas, que sao coladas e cortadas de modo a formar uma construção tridimensional "tipo colmeia", que lhes dá estrutura e consistência. Uma vez aberta (num movimento semelhante aos balões de papel dos santos populares), torna-se perfeitamente adaptável a qualquer dimensão.
A "cadeira que desaparece quando chove", é formada por blocos de um tipo de vidro específico (mesmo material utilizado nos telescópios) que sao moldados, cortados e polidos, de modo a ter um reflexo especial que, em contacto com a água, vê fundidos os seus contornos.

24.2.08

coming soon.



O meu amor chega de erasmus Segunda-Feira do outro lado do mediterrãneo!!!!! :) E eu vou estar lá para a receber......!
Há pessoas das quais simplesmente precisamos,... e é preciso sentir a falta, para nos apercebermos disso. Algo me diz que, a partir de agora, as minhas semanas vão ter mais cor... (ao cubo!) :)

23.2.08

fantas.





A 28º edição do Fantasporto (posicionado entre os 25 maiores festivais do mundo, segundo a revista Variety) começa já esta segunda-feira, e vai contar com produções (curtas e longas metragens) de 28 países (16 não europeus), a exibir em 7 cidades do país, num total de 527 sessões.

Na cerimónia de inauguração, depois de uma Homenagem a Max von Sydow - actor sueco conhecido pelo seu trabalho com Ingmar Bergman (embora tenha também filmado com Woody Allen (1986) e David Lynch (1984)) -, será exibido o filme "No country for old man", da dupla americana Ethan e Joel Coen - realizadores de "Fargo", "Blood Simple"(exibido no Fantas em 1986) e colaboração em "Paris je t'aime" - filme que tenho de ver num futuro muito próximo.)
É baseado no romance de Cormac McCarthy(vencedor de um prémio Pulitzer); conta já com uma quantidade considerável de prémios em festivais internacionais, e 8 nomeaçoes para os oscars . Amanha lá irei buscar o meu convite Duplo, oferecido pelo meu conselheiro cinematográfico privé. :)

Ao que parece, ás 21h é inaugurada a exposição de pintura de Agostinho Santos, no espaço do Rivoli, seguido, obviamente (e aqui é que entra a pertinência da questão) de uma prova de vinhos.

final cut.


Parabens pela selecção, francesquinho.

A experiencia parva (não vou referir o título da tua última produção para não ferir susceptibilidades) desenvolvida com o "final cut" foi o trunfo de ouros. :)

calvino vs efterklang.


Este video é tão, mas tãooooooooooooooooo.... "cidades invisíveis", de Italo Calvino.

22.2.08

serralves. julio pomar.

Para quem ainda for a tempo.... cerimónia de inauguração da exposição "Cadeia da Relação" de Júlio Pomar, em Serralves, hoje, por volta das 22h.

“Cadeia da Relação” é uma exposição focada na evidência dos materiais e nas suas relações estruturantes da composição do quadro ou do objecto. A exposição parte das primeiras experiências do artista (datadas das décadas de 60 e 70) no domínio da colagem e da “assemblage” e dos seus quadros resultantes de um confronto entre a tela crua e a cor para demonstrar como, desde então até à sua obra mais recente, estes processos e técnicas são indissociáveis da interrogação e das práticas da pintura na obra de Júlio Pomar.

Para quem Júlio Pomar não motiva grande entusiasmo, pode ser um pretexto para para beber vinho do Porto (num copo do Siza) e voltar. :)

o essencial.


Depois de uma semana assim... não há muito mais a pedir para além disto. Garantir o essencial, para poder dormir. :)


Quando vivemos a horas trocadas, começamos a duvidar que exista algum tipo de vida ás 7 da manha. Ontem fui intrusa no fuso horario "correcto" e, ao tomar o pequeno-almoço na faup, logo no momento de abertura, não consegui deixar de reparar que a população que habita as torres da faup de noite, é totalmente distinta da que por lá circula de manha. Também há uma espécie de energia diferente, um ambiente, não sei se de maior vitalidade (porque é relativamente calmo) ou se só diferente. O pessoal sorri, pega no jornal, diz "bom dia", e começa a traçar um mapa mental de objectivos para o restante tempo disponível, que na perspectiva da manhã, parece interminável. Também reparei que a manhã tem uma luz bonita... e a que iluminava aquele pedaço de edifício, era especialmente bonita. Eu, por outro lado, não conseguia deixar de pensar que o que queria mesmo era estar na cama.

mais uma. amanha outra. dp outra, dp.... outra.



Mais uma entrega feita, e não me sinto nem um pouco mais livre; "Mais uma entrega foi feita"; e isto não significa nada mais para alem do seu valor normativo.
Na verdade, têm-se sucedido nos últimos meses com uma frequência notável, e a distância entre elas tem sido abusivamente (en)curta(da). Não percebo ainda totalmente se o que estão mesmo a tentar formar são arquitectos, ou tudo isto faz parte de um sistema de produção no qual andamos a trabalhar para uma empresa qualquer, -que, saída directamente de um qualquer outro "admirável mundo" de Aldous Huxley, fabrica pessoas em série-, sem que ninguem saiba ou se tenha disso apercebido.
Por outro lado, ainda não encontrei a solução para esticar os dias. Nem as noites. O limiar de elasticidade temporal é sempre desafiado por mim, a cada entrega. Ainda não foi desta que encontrei a solução perfeita, ou então sou eu que me entrego demasiado ás coisas. "Ah é uma entrega?! Então vamos lá levar isso com seriedade." :)
No entanto, aprendi uma palavra nova. ahah :) "Limiar"; "Limiar", "Limiar".

20.2.08

kit de sobrevivência.

Há coisas às quais é impossível responder com indiferença; ou se gosta ou se odeia (como a voz do Corgan, o Inland Empire do Lynch, ou o discurso do Souto Moura. (agora chamava-lhe só "Eduardo", e isto ganhava todo um tom mais erudito. :) ) (...depois ainda há aquelas que se situam no mesmo patamar, mas porque se ama e odeia em simultâneo, embora isso seja uma outra questão) ). A cidade do Porto é disso exemplar. Via Opozine - blog de referência para os que têm prazer em viver o Porto e em aceitar o modo como, numa espécie de resistência, ele se deixa ou não descobrir - disponibiliza-se, para além de um cardápio imenso de sugestões que vêm confirmar a intensidade com que a cidade respira, toda uma série de sítios obrigatórios a descobrir e frequentar, em mapa geo-referenciado.

the greatest.




porque não existe melhor modo de começar o que quer que seja. porque não existe melhor impulso para o fazer do que receber a melhor das melhores notícias. porque não há nada melhor para partilhar. porque Cat Power é a melhor e o coliseu a melhor sala para a receber. :) porque não caibo em mim.. e me sinto "the Greatest".