3.12.08

venezia. venedig. venice. veneza.





©the build up

Alguém comentou que Veneza lembra, a cada passo que se dá, a cada movimento que se faz, a cada rua em que se entra, a cada esquina em que se percebe sem saída, Italo Calvino e as suas Cidades Invisiveis. Eu digo que a sua raiz italiana não é inocente.
O que fica de Veneza, para além da hospitalidade do João Francisco Coelho e da gastronomia italiana, é a qualidade da luz e a intensidade de cada cor, que a constante invasão da água proporciona; os canais que tornam tudo fluido e integram cada segmento deste imenso labirinto fragmentado e non-sense que te faz perder, mesmo que passes pelo mesmo sítio 30 vezes. (O Coelho dizia que, depois de um mês, uma pessoa apercebe-se que há certos sinais (para além das placas improvisadas) que ajudam a orientar: um graffiti na parede, uma janela especial, uma arcada com um desenho específico,...). Em apenas dois dias, Veneza, sem qualquer orientação (como fiz questão que assim fosse), pareceu-me gigante, interminável. Sei que poderia andar horas e horas em círculos e outras geometrias variáveis, sem encontrar alguma vez o ponto de partida.

Sem comentários:

Enviar um comentário