12.4.08

"how do i compose"



Como eu sou amiga, dou-vos o exacto "timing" em que começa a parte importante (depois da virtuosa interpretação de duas peças). (Se não tiverem paciência) saltem para o instante 13:30, em que Jennifer Lin, com apenas 14 anos (porque é que não me surpreende que seja japonesa? :) ), fala sobre o processo que utiliza para compor - que designa como "think and flow".

É este processo criativo que mais me interessa, no qual me parece encontrar em tudo uma semelhança com o que nós - arquitectos - designers, ou qualquer outro "actor", "autor" - fazemos. O modo como partimos de algo "abstracto" (porque um programa no máximo traduz-se num organigrama, e nunca num projecto), e desenvolvemos uma ideia - "o conceito" (esse monstro semântico) - que é no fundo, um tema que sintetiza e que nos serve de apoio, para seguir com coerência um certo raciocínio.

Lin confessa que primeiro escolhe um tema que vai orientar a "construção de uma melodia", o desenvolvimento de uma estrutura, numa atitude semelhante a um processo de desenho que, gradualmente, vai apurando a forma, o espaço (musical), "polish(ing) details".
:)
Absolutamente brilhante a parte em que pede a alguem do público a escolha de 5 notas aleatórias que servem de melodia a uma "composição" improvisada no momento.

"She talks about the process of composition and discusses the state of flow, when she can improvise beautiful music instantly -- a state of mind that cannot be forced. Lin invites audience member Goldie Hawn to choose a random sequence of notes, from which she improvises a beautiful and surprisingly moving piece, known to draw tears even via podcast."

É obvio que a arquitectura não se pode apenas basear em "flows" (se calhar pode, se forem "flows" maduros. :) ), mas é esta frescura, liberdade, desprendimento, sem estar presa a "formas", "imagens", onde parece residir a essência da originalidade. Acho que podemos tirar daqui alguma coisa.

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