14.6.08

vetiver no passos manuel.


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"is there anyone of you that had been in our last concert in porto?!.. it was in a strange room... with weird glass walls all over". ahah :) (Doce para quem adivinhar de que espaço se trata.)

O tamanho da sala do Passos Manuel - "these are our last two songs. there won't be an encore (that moment we leave the stage to come back seconds later), because.. err.. there is nowhere to go" (lol) - não podia ser mais adequado, para um público que, apesar de escasso quase encheu a sala. Apesar de devoto (notório nos assobios em momentos que foram sendo altos) houve momentos em que não se demostrou muito caloroso, embora o fosse por natureza (porque só lá estava, de facto, quem gostava de Vetiver - e quase metade tinha respondido afirmativamente á pergunta).
Não me sai da cabeça a personagem do Andy Cabic (minutos antes "desorientada" no bar/hall repleto do Passos Manuel; minutos antes sozinho num sofá num hall vazio (contive-me para não ir ter com ele, quando saí da sala (onde estavam os estranhamente loucos/frágeis - com muitos problemas de som (ou mais "afina-som") - Hola a todo el Mundo a actuar) para tomar café e pagar cada centimo de 2,50€, preço a que lá se consome cerveja.

O concerto foi íntimo, apesar de tímido na comunicação. Cabic tem um timbre de mel. quente e doce. Do mais bonito que já ouvi. Eu deixo-me deslumbrar rapidamente, eu sei, mas é impossível não perceber que estes Vetiver cresceram. Estão mais maduros. Instrumentalmente irrepreensíveis. As músicas - que despertam em mim um misto de tristeza, nostalgia (num sentido que não é de todo negativo e que se expressa e projecta na It's Been So Long na perfeição) - ganham toda uma dimensão diferente com a interpretação de Andy: tão transparente e tremendamente expressivo na sua melancolia. Estranho como sempre associei melancolia a monotonia... e só hoje, naquela hora e pouco, percebi a diferença.
A Maureen levou-me a sair do lugar em que estava, e instalar-me, mais perto, na 2ª fila. A I Know No Pardon, versão tão bonita com harmónica, esteve perto de emocionar (àquele ponto em que se torna visível) A You May Be Blue (assim como a Won't Be Me), perto de me fazer desfazer ("fazer desfazer", pois) a cadeira. :) E a interpretação da "Down at El Rio", com o outro guitarrista a substituir a voz de Devendra chegou a arrancar-me umas gargalhadas. :)



Ficou ainda um pedido vindo de uma pessoa do público para cantarem "Amor Fou"... ao que Cabic negou, argumentando que, prefere deixar o uso (in e ex)tensivo da palavra "love" para o Devendra Banhart (E que "diz a palavra "love" com a naturalidade de quem barra uma tosta com manteiga" (A letra resume-se a "Love.. love, crazy love. love love love love crazy love. (x.2) Amor Fou (x.xis)), que não faria muito sentido cantá-la sozinho, e que se sente mais "confortável" com outros temas.
O que me deixou quase perplexa/frustrada/incrédula/whatever, foi a prática inexistência de um "aplauso" final, de um agradecimento à altura do espectaculo que nos foi "oferecido"(Vê-los a sair da sala com um público já mudo). Espero que o público, amanhã (dia 14) em Lisboa seja mais generoso.

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