Contra todas as adversidades, a qualidade do projecto para Beijing e dos seus autores é inquestionável.
No entanto, já inquestionável não será o esforço que se segue à utopia que conduz qualquer projecto - as condições às quais os trabalhadores são sujeitos, em obra, durante todo o processo de construção.
Podem-se colocar todas as questões de ética (extendendo-se a Hadid e Foster); se os arquitectos (como construtores de uma visão de um mundo) deverão ou não coadunar-se com regimes políticos totalitários e opressores. Porque no fundo, se o arquitecto toca todas as esferas sociais e políticas (não querendo isto dizer que as controle) a arquitectura deverá ser uma arma crítica dessa mesma sociedade.
A resposta talvez passará pela comparação com a mesma questão em outras actividades - como os advogados que, independentemente, do carácter da pessoa que estão a defender, têm de o fazer imparcialmente; como os médicos, que não se recusarão a tratar um cancro do pulmão, só porque a pessoa fuma; como os arquitectos se não recusaram a desenhar estádios para o Euro 2004, mesmo sabendo que era um investimento excessivo.
Obviamente, tratando-se de direitos humanos, a discussão ganha contornos distintos e a objectividade desvanece-se. Porque, uma coisa é a recusa total do projecto (e aí, dou o assunto por encerrado, porque colocar esta questão é um desvio do verdadeiro problema); outra completamente distinta, é fazê-lo, tendo em conta os recursos e os meios existentes e disponíveis. E penso que é aqui que reside a essência da polémica.
(Quanto a esta questão, Ai WeiWei, proeminente artista chinês que participou no projecto, respondeu com distanciamento, justificando-se com a falsa e hipócrita pretensão do governo chinês - "a pretend smile". "I hate the kind of feeling stirred up by promotion or propaganda … It's the kind of sentiment when you don't stick to the facts, but try to make up something, to mislead people away from a true discussion." )
Obviamente, tratando-se de direitos humanos, a discussão ganha contornos distintos e a objectividade desvanece-se. Porque, uma coisa é a recusa total do projecto (e aí, dou o assunto por encerrado, porque colocar esta questão é um desvio do verdadeiro problema); outra completamente distinta, é fazê-lo, tendo em conta os recursos e os meios existentes e disponíveis. E penso que é aqui que reside a essência da polémica.
(Quanto a esta questão, Ai WeiWei, proeminente artista chinês que participou no projecto, respondeu com distanciamento, justificando-se com a falsa e hipócrita pretensão do governo chinês - "a pretend smile". "I hate the kind of feeling stirred up by promotion or propaganda … It's the kind of sentiment when you don't stick to the facts, but try to make up something, to mislead people away from a true discussion." )
No entanto, enquanto o "filme" se desenrola e não chega o documentário, contentemo-nos com o trailer.
Schaub and Schindelm’s documentary follows two Swiss star architects on two very different projects: the national stadium for the Olympic summer games in Peking 2008 and a city area in the provincial town of Jinhua, China. Architects Jacques Herzog and Pierre de Meuron are literally building bridges between two cultures, two architectural traditions, and two political systems. Their work doesn’t simply enhance China’s great international debut, but serves the everyday needs of the Chinese population. “Bird’s Nest” presents the Basle architects as they find solutions not in the comfort of an ivory tower but in encounters and friction on the ground.
Está também disponível no You Tube um documentário completo sobre a relação entre os Jogos Olímpicos e a Cidade de Beijing, incidindo em todo o processo de concepção e construção do Estádio; e disponível na íntegra aqui.
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