20.3.08
turismo infinito.
Vai estar de novo em cena no TNSJ a peça Turismo Infinito, de 25 de Março a 12 de Abril, cujo cenário é do arq. Manuel Aires Mateus e encenação de Ricardo Pais.
Baseada em textos de Pessoa, leva-nos numa viagem pela pluralidade da sua personalidade, numa experimentação performativa da(s) sua(s) escrita(s), representada aqui por uma sucessão de diversas vozes e personagens - que, porque escrevem, existem -, em monólogos, num tom grave.
Já vi a peça em Dezembro, no âmbito do Portogofone, e tenho de admitir que a encenação é genial - negra e trágica, mas com um toque de humor quando é necessário. Por outro lado, o cenário, com um desenho de luz fabuloso, é um dispositivo óptico perpectivado de "um minimalismo brutal" em permanente tensão, que invade a sala, que dá ênfase a cada movimento, que dilata todas as distãncias, que abstractiza e abstrai.
"a opressão a que os dois planos induzem é sublimada pela leveza quase geométrica que eu próprio tentei escrever com as marcações. Cada corpo vai sublinhando a geometria até ela ficar tao integrada que nos é já confortavelmente variável. (...) O cenário, redesenhado pela encenação, com tudo o que isso implique de pretensão minha, permanece tão aberto á explosão como á implosão. Essa é a caracterísstica mais rica da cenografia, que se transforma num lugar contínuo de inesperadas reescritas." Ricardo Pais
Pode ser lida no programada peça, ainda sobre este, a conversa entre João Mendes Ribeiro - que exibe no mesmo espaço a exposição "Arquitecturas em Palco", de 25 de Março a 11 de Maio - e Manuel Aires Mateus, a que se deu o título de "uma nova geometria do espaço vazio".
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